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Tentando dar alguma razão à emoção do futebol

29 de abr. de 2006

A bagunça começou cedo

escrito por Raphael Perret @ 13:26 1 comentário(s)

O Vasco disse que jogaria em São Januário e seu time se apresentou lá. O Fluminense foi informado de que a partida seria no Maracanã e, junto com o árbitro, se deslocou para o ex-maior do mundo. Claro que não houve futebol, apenas um episódio vexaminoso do futebol brasileiro.

Não, não estou me adiantando aos fatos que podem acontecer neste domingo. A historinha acima aconteceu em fevereiro de 1999, pelo torneio Rio-São Paulo. E pode se repetir amanhã, já que uma juíza acatou um pedido de um vereador do Rio de Janeiro e determinou que a partida, marcada anteriormente para São Januário e que já teve ingressos vendidos, seja realizada no Maracanã.

A decisão contraria o Estatuto do Torcedor, que diz que uma partida só pode ter seu horário ou local alterado com 48 horas de antecedência, o que não aconteceu. Ou seja: na terceira rodada do campeonato brasileiro, já se instalou a bagunça tradicional.

O mais irônico é que o Fluminense, visitante neste jogo, não se incomoda em jogar em São Januário. Então, o que, supostamente, motivou o vereador a solicitar a transferência da partida? Segundo ele, segurança. O estádio do Vasco não seria capaz de receber os potencialmente numerosos torcedores.

Tolice. O Vasco tem todo o direito de jogar em São Januário. Se lá cabem mil ou dez mil ou trinta mil espectadores, então vendem-se mil, dez mil ou trinta mil ingressos, com antecedência. Pronto. A polícia só deve se preocupar em coibir a ação de baderneiros que, eventualmente, protestem contra o baixo número de ingressos. E, sinceramente, fosse no Maracanã, mesmo com o bom momento dos dois clubes, não creio que houvesse mais de trinta ou quarenta mil espectadores, uma vez que estamos apenas no início do campeonato. Ah, e no fim do mês, quando a grana é muito apertada.

É preocupante, mais uma vez, a entrada de motivação política no âmbito do futebol e, mais preciso, no campeonato brasileiro. Completamente desnecessária, porque não haveria motivos para uma tragédia apocalíptica como a polícia e o vereador pregaram. Só espero que, pelo menos, haja jogo.

27 de abr. de 2006

De onde vêm os heróis

escrito por Raphael Perret @ 00:04 4 comentário(s)


Renato comemora um de seus dois gols na vitória do Fla sobre o Galo


Outro dia escrevi que o melhor para o Flamengo é que Vinicius Pacheco esquentasse o banco um pouco e que Obina merecia uma chance. Pois o técnico Waldemar Lemos pensa exatamente o contrário. Lançou Vinicius como titular em detrimento de Obina e, no intervalo, tirou o outro atacante do time, Ramírez, que realmente está mal há muitos jogos, e colocou o ex-atleta do Vitória.

Obina fez seu gol, pra variar, na raça e no choro. Mas Vinicius mantinha-se inofensivo. Foi quando, de repente, ao mesmo tempo em que era vaiado pela torcida, ele recebe uma bola na ponta-direita, perto da linha de fundo, e dá um drible sensacional no zagueiro, rola rasteiro para Jônatas, que marca o quarto gol. Quarto gol que dá uma tranqüilidade muito maior ao Flamengo. A classificação seria suada no Mineirão se o jogo de hoje terminasse 3 a 1.

Porém, foi 4 a 1, resultado fantástico, graças a Vinicius Pacheco.

Heróis surgem de onde não se espera nada.

(Flamengo 4 x 1 Atlético-MG, Maracanã, Rio de Janeiro, 26/04/2006, primeiro jogo das quartas-de-final da Copa do Brasil)

***

Nos últimos cinco jogos no Maracanã realizados contra times de fora do Estado do Rio, o Flamengo venceu todos, fez 18 gols e sofreu 4.

O primeiro dirigente que anunciar a transferência para outro estádio de um jogo com mando do Flamengo, fato comum nos últimos dois anos, merece o impeachment.

O Maracanã é a casa do Flamengo. Se o estádio não torna o time insuperável, oferece-lhe o calor e a pressão da torcida, inflama-lhe a alma, injeta-lhe o sangue perdido nas disputas de bola.

Além de, bem ou mal, intimidar o trio de arbitragem, que acaba marcando lances duvidosos a favor do Flamengo.

***

Grande resultado do Fluminense. O gol do Lenny, uma pintura (o Flu está se acostumando a derrotar o Cruzeiro no Mineirão com gols bonitos), só coroa a atuação do tricolor, que pode perder até por 1 a 0 ou 2 a 1 no Rio para fazer uma semifinal... hum... fluminense com Vasco ou Volta Redonda.

E me agrada ver a evolução do Fluminense, que não pára de ganhar, depois da chegada de Oswaldo de Oliveira, um ótimo técnico e que é criticado, muitas vezes, injustamente. Só espero que o tricolor não decepcione na hora H, como fez na decisão da Copa do Brasil e na reta final do Brasileiro do ano passado, quando deixou escapar uma vaga para a Libertadores fácil, fácil.

O Cruzeiro tem um bom time e, por isso, tem condições de se classificar no Maracanã. Mas sou mais o Flu, que, não tardo, elevo à classe de candidato ao título brasileiro. Nenhuma das outras equipes tem me empolgado.

(Cruzeiro 2 x 3 Fluminense, Mineirão, Belo Horizonte, 26/04/2006, primeiro jogo das quartas-de-final da Copa do Brasil)

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O gol do Corinthians no finalzinho do jogo em Buenos Aires foi a luz no fim do túnel. A Fiel tem obrigação de lotar o Pacaembu semana que vem para classificar o Timão e vingar 2003. Principalmente porque o River não é lá essas coisas.

(River Plate 3 x 2 Corinthians, Monumental de Nuñez, Buenos Aires, 26/04/2006, primeiro jogo das oitavas-de-final da Taça Libertadores)

26 de abr. de 2006

Contra-ataque x contra-ataque

escrito por Raphael Perret @ 21:10 0 comentário(s)

No primeiro tempo, Palmeiras e São Paulo se dispuseram em campo de tal forma que os dois times chegavam ao gol somente em contra-ataques. Foi muito esquisito. Ainda assim, conseguiram fazer seus gols no empate de 1 a 1 (na foto, Edmundo comemora o seu).

O Palmeiras passou a comandar os ataques no segundo tempo, mas esbarrava na forte e competente marcação tricolor. Depois, o Verdão cansou e o São Paulo começou a forçar mais, e teve mais chances de chegar à vitória.

Uma partida tensa, com algumas boas jogadas. Espero que no Morumbi seja melhor ainda.

***

No confronto entre Palmeiras e São Paulo da Libertadores do ano passado, especialmente no primeiro jogo, não tinha grandes dúvidas sobre a superioridade do tricolor. A vitória e a classificação eram questão de 180 minutos. Em nenhum momento o Palmeiras ameaçou o São Paulo em 2005.

No jogo desta quarta-feira, ainda está claro que o tricolor é melhor, mas não é muito superior ao time de Edmundo. A certeza do triunfo do ano passado se diluiu em muitas dúvidas em 2006. Apesar do favoritismo do São Paulo, não me surpreenderá uma emocionante classificação do Palmeiras em pleno Morumbi.

***

Frase do repórter da SporTV durante a transmissão do jogo:
Nas vezes em que o Thiago (jogador do São Paulo) é substituído, todo o banco de reservas e inclusive o Alex Dias, ou melhor, sobretudo o Alex Dias aplaude muito o jogador. Logo ele, que é, na teoria, substituto direto do Thiago... e na prática também.


Cuma?

(Palmeiras 1 x 1 São Paulo, Parque Antártica, São Paulo, 26/04/2006, primeiro jogo das oitavas-de-final da Taça Libertadores)

Futebol, futebol, futebol

escrito por Raphael Perret @ 17:43 2 comentário(s)

Quisera eu:

1) estar de férias;
2) que pelo menos seis jogos desta noite fossem realizados em horários diferentes, um começando assim que o outro terminasse.

As partidas mencionadas no item 2: Barcelona x Milan, Palmeiras x São Paulo, River Plate x Corinthians, Flamengo x Atlético-MG, Cruzeiro x Fluminense e Santos x Ipatinga. Como nada é perfeito, terei que fazer escolhas, sendo uma forçada (como *não* poder ver a semifinal da Liga da Europa), uma natural (o clássico paulista, já que não é concomitante com nenhum outro jogo) e uma afetiva (adivinhem... começa às 21:45, realiza-se no Rio de Janeiro e é pela Copa do Brasil).

A rodada movimentada me lembra um longínquo 17 de novembro de 1993. Neste dia, dezenas de partidas ao longo do planeta agitavam os torcedores. A maioria delas, decisivas. Mesmo.

À tarde, a Alemanha recebeu o Brasil para um amistoso internacional. O placar foi 2 a 1 para os anfitriões. Seria diferente se o árbitro não tivesse invalidado um gol legítimo de Edmundo. Ao mesmo tempo, diversas seleções européias lutavam na repescagem das eliminatórias para a Copa de 1994.

E o meu coração bateu forte na decisão da Supercopa dos Campeões da Libertadores, já depois da novela das oito: o Flamengo empatou (num jogo dramááááááático ®Galvão Bueno) em 2 a 2 com o todo-poderoso São Paulo, que se sagraria bicampeão mundial menos de um mês depois, no Morumbi e perdeu nos pênaltis o título, porque Marcelinho (na época sem o diferencial "Carioca") desperdiçou o seu pênalti.

Abre parêntese: Marcelinho Carioca tem um histórico curioso. É conhecido como um exímio cobrador de pênaltis, mas perdeu vários deles em séries decisivas. Basta lembrar deste São Paulo 2 x 2 Flamengo, do Palmeiras 3 x 2 Corinthians da Libertadores de 2000 e do Vasco 0 x 0 Corinthians na final do Mundial de Clubes do mesmo ano. Neste, pelo menos, seu time foi vencedor. Fecha parêntese.

Após a partida em que o Flamengo celebrou o vice-campeonato da Supercopa, ainda haveria fôlego para mais futebol? Sim, porque entrava em campo a Argentina, que lutou muito pela vaga para a Copa na repescagem disputada contra a Austrália em Buenos Aires. No fim das contas, 1 a 0, gol de Batistuta, após empate em 1 a 1 em Sydney.

Foi um dia de fortes emoções. Futebol dia e noite. Às vezes, precisamos de dias assim.

P.S. O Barcelona acaba de conquistar a vaga para a decisão da liga dos Campeões da Europa. O jogo com o Milan foi 0 a 0. Ainda bem que eu não vi.

25 de abr. de 2006

Sobre técnicos

escrito por Raphael Perret @ 14:59 2 comentário(s)

Se Luxemburgo queria mesmo "desviar a atenção da imprensa" após a derrota para o São Paulo, no finzinho do Paulista, podia ter sido mais criativo. Não precisava ser tão grosseiro e tecer aqueles comentários desnecessários sobre o árbitro Rodrigo Martins Cintra.

O preço que o técnico paga pela língua grande são dois meses de suspensão impostos pelo Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo.

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Com Leão dando sopa no mercado, deve ter muito técnico empregado com as barbas de molho.

24 de abr. de 2006

Cariocas são bacanas

escrito por Raphael Perret @ 16:43 0 comentário(s)


Diego Silva marca o segundo gol do Flamengo na vitória sobre o Juventude

O melhor que pôde acontecer ao Flamengo veio de um golaço, em chute poderoso de Renato em cobrança de falta, aos 8 minutos do primeiro tempo. Assim, o time não precisava forçar muito o jogo. Primeiro, porque o time do Juventude, sobretudo o ataque, é indigente. A natureza marcava. Segundo porque, se precisasse fazer mais gols, o Flamengo teria dificuldades. Nas chances que teve, perdeu-as por falta de companheirismo. Quem arriscava chutava mal e sempre tinha colegas mais bem posicionados. No segundo tempo, o Juventude encurralou um pouco, mas a pontaria e qualidade dos chutes dos atacantes revelaram-se horrorosas. Então, o Fla começou a acertar mais os passes. Walter Minhoca mostrou que pode ser útil na ligação com o ataque, se jogar como apoiador. É habilidoso e tem boa visão de jogo. Se Jônatas mantiver a boa fase e perder um pouco a arrogância, o meio-campo pode render. Ontem, até organizou boas jogadas. O problema é que o ataque jogou mal: Ramírez errou tudo e Diego Silva fez pouco.

A redenção foi ver o Flamengo, literalmente, mandar (n)o jogo. Impôs-se no Maracanã, conforme exige a tradição. Se atuar assim em todos os jogos no estádio, ao qual retorna com a velha freqüência que abandonou depois de 2003 (ano em que, coincidência ou não, teve sua melhor participação em Brasileiros neste século), o Fla não passará por grandes sustos nesta competição.

(Flamengo 3 x 1 Juventude, Maracanã, Rio de Janeiro, 23/04/2006, 2ª rodada do Campeonato Brasileiro)

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Justiça seja feita: o Flamengo em 2006 tem feito mais gols do que no ano passado, quando era um martírio para a equipe conseguir estufar as redes adversárias. Nos últimos cinco jogos, o time fez 12 gols. A estatística transmite um pouquinho de esperança para a torcida.

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O que queria o goleiro Jean ao correr para a área adversária tentar um gol de cabeça quando a Ponte já perdia por 1 a 0 para o Vasco? Tornar-se herói? Um herói que salva o time de uma derrota de 1 a 0... na segunda rodada do campeonato Brasileiro?

O gol sofrido após o lance foi um merecido castigo para o goleiro da Ponte Preta. Errou na dose de coragem, totalmente desnecessária diante do prejuízo. Méritos ao Vasco pelo belíssimo gol, jogada construída coletivamente, todos buscando a melhor maneira de acertar as redes, sem afobação e com inteligência, para aproveitar a chance de ouro que Jean lhes deu.

E, que eu me lembre, é a primeira vez que um time se aproveita de uma aventura de goleiro. É verdade que teve o Roger, acertando um chute do meio-de-campo no Morumbi, pelo Rio-São Paulo 2002, enquanto Rogério Ceni ainda comemorava seu gol (São Paulo 4 x 3 Fluminense). Mas, neste caso, o gol ocorreu na saída de jogo, e não no rebote de uma participação em falso do goleiro.

(Ponte Preta 1 x 2 Vasco, Moisés Lucarelli, Campinas, 23/04/2006, 2ª rodada do Campeonato Brasileiro)


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O Vasco tem um time mediano. Há muitos anos, diga-se de passagem. Só escapou do rebaixamento nos últimos campeonatos porque é de sua tradição fazer muitos gols e ter bons ataques. Não é diferente em 2006. O poder ofensivo do Vasco é o que ele tem de melhor. Valdiram, Edílson, Morais e Ramon fazem um quarteto que exige respeito dos zagueiros. Se jogarem afinados, podem dar alguma dignidade às partidas do clube. Fato que ocorreu nos dois jogos do Vasco no Brasileiro.

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Cruzeiro 3 x 1 Grêmio. Fácil apostar neste placar, diriam alguns. Resultado, porém, difícil de ser construído. Quando comecei a ver, parecia que o Grêmio disputava a final da Libertadores jogando pelo empate. Havia uma penca de jogadores gremistas (que, com o uniforme reserva, pareciam corintianos) em seu campo que se lançavam à frente apenas em contra-ataques. Tática tão inesperadamente tímida deve ter desnorteado o Cruzeiro, já que as melhores investidas foi do time gaúcho. De tal forma que fez 1 a 0 com Ricardinho.

Curiosamente, o Grêmio passou a jogar de forma mais ofensiva, empolgado com a possibilidade de sair vitorioso do Mineirão e ciente de que o Cruzeiro não fazia boa partida. Porém, veio o segundo tempo, a equipe mineira acordou, passou a melhorar o passe, anestesiou o golpe e fez 3 gols, enquanto o Grêmio perdia suas chances. Jogasse assim desde a primeira etapa, o Cruzeiro obteria uma vitória mais categórica.

(Cruzeiro 3 x 1 Grêmio, Mineirão, Belo Horizonte, 23/04/2006, 2ª rodada do Campeonato Brasileiro)


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Do bom desempenho dos clubes do Rio nestas duas primeiras rodadas conclui-se que o futebol carioca não é o cocô do cavalo do bandido que mutios dizem. Os times estão se acertando, descobrindo o potencial de seus jogadores, muitos deles incorporados somente neste ano aos respectivos elencos, e só agora os resultados aparecem. Por isso a má campanha de Vasco, Flamengo e Fluminense no Estadual. Além disso, a fraqueza dos elencos cariocas não torna melhores os times de fora do Rio. O campeonato é equilibrado e destacam-se apenas os poucos candidatos ao título. Mesmo estes não estão a anos-luz à frente dos demais, mas somente alguns quilômetros.

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Destaques da próxima rodada: clássico carioca valendo a liderança (há quanto tempo isso não acontece!) vai arrasar o coração de vascaínos e tricolores em São Januário; clássico paulista pode afundar ou resolver a crise do Palmeiras, que encara, em casa, o Santos de Luxemburgo; clássico nacional confirmará a evolução do Fla ou o favoritismo do Internacional no Beira-Rio.

Mas, antes, Copa do Brasil e Libertadores na semana. Os seis times citados, inclusive, têm jogos decisivos nas duas competições.

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Média baixa de gols: 2,2 por partida. Três times dos vinte ainda não marcaram: Goiás, Santa Cruz e Paraná. Na segunda rodada do Brasileirão de 2005, a média era de 2,72 gols por partida e somente duas equipes, dentre vinte e dois, ainda não haviam balançado a rede: Atlético-PR e Fortaleza.

Os ataques estão dormindo ou as defesas melhoraram?

22 de abr. de 2006

O lance foi um lampejo

escrito por Raphael Perret @ 20:20 0 comentário(s)

Quando Petkovic esticou esplendidamente para Lenny e, em seguida, converteu o pênalti sofrido pelo jovem atacante em lance confuso, achei que a urucubaca que acometeu o sérvio estava passando. Estava errado. O belo lance foi apenas um lampejo do craque. Depois, Pet voltou ao ritmo que o tem dominado em 2006: lento e pouco inspirado.

Por sorte, o time tem feito boas apresentações, mostrando que tem dependido menos de Petkovic. Hoje, o gol do camisa 10 foi o suficiente para derrotar um Goiás lento e apático. O time verde melhorou no segundo tempo, criou algumas jogadas de perigo, mas o Fluminense chegou mais perto nos contra-ataques. O tricolor só não aumentou porque, embora tenha um bom toque de bola e acerte os passos, erra nas conclusões por afobação ou preciosismo. Nada que uma boa conversa de Oswaldo de Oliveira não resolva aos poucos. E o placar também não foi mais dilatado porque o Goiás não cansou de parar o time do Flu com faltas.

Mas isso não surpreende quando o técnico do time é Geninho.

(Fluminense 1 x 0 Goiás, Maracanã, 22/04/2006, 2ª rodada do Campeonato Brasileiro)

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Goleadas construídas rapidamente só animam o torcedor do time vitorioso. Veja o que aconteceu em Florianópolis: o Figueirense fez 3 a 0 em 12 minutos, sofreu um gol do Palmeiras aos 18, mas fez mais dois logo na saída do segundo tempo. Um cenário fatal para quem espera alguma emoção. Nessas horas, a equipe vencedora joga com tranqüilidade, tem o apoio da torcida e só não faz mais gols porque começa a dar "toquinho". Em contrapartida, o time humilhado baixa a cabeça, parte pra cima de qualquer jeito e, ao mesmo tempo, se fecha pra evitar uma goleada pior, recorrendo à violência se necessário, por pura irritação. Simplificando, tudo passa a dar certo para quem ganha e errado para quem perde. Foi assim que, no fim do jogo, o Figueira conseguiu o sexto gol.

O alarme soou no Parque Antártica. Alerto somente para que não comecem a levantar muito a bola do Figueirense ainda no início do campeonato. Fizeram isso com o Criciúma em 2004 e o time catarinense foi rebaixado. A Ponte Preta liderou durante um tempinho o Brasileirão de 2005 e escapou da Série B na última rodada. Muita calma nessa hora.

E parabéns ao Figueira.

(Figueirense 6 x 1 Palmeiras, Orlando Scarpelli, Florianópolis, 22/04/2006, 2ª rodada do Campeonato Brasileiro)

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O último dos moicanos partiu. Silvio Luiz, que por tanto tempo defendeu o São Caetano, time que ganhou extraordinária ascensão no início da década, estreou no Corinthians. Por um acaso do destino, contra o ex-clube, que hoje é uma sombra do time que chegou a várias decisões entre 2000 e 2004, incluindo Brasileiros e Libertadores. Com a perda de seu jogador mais representativo, e sem uma suculenta tradição que o sustente, o São Caetano corre um sério risco de dar adeus à elite do futebol brasileiro neste ano.

(Corinthians 3 x 0 São Caetano, Pacaembu, São Paulo, 22/04/2006, 2ª rodada do Campeonato Brasileiro)

Qualidade x retrospecto

escrito por Raphael Perret @ 13:48 0 comentário(s)

Hoje continua a Série A do Brasileirão.

O melhor jogo de sábado é Fluminense x Goiás, no Maracanã. O time da casa está em ascensão e quer dedicar a vitória a Telê, jogador que brilhou no Flu. O Goiás anima-se com a Libertadores, mas não vem fazendo boas exibições. O que pode equilibrar a balança para a equipe verde é o retrospecto recente. No Brasileirão de 2003, o Goiás, então lanterna do campeonato, veio ao Maracanã e meteu 3 a 2 no Flu, no jogo que marcava a volta de Romário do Qatar. No segundo turno, mesmo com um jogador a menos desde o primeiro tempo, o Goiás, irretocável, fez "apenas" 6 a 1 no time carioca. Em 2004, a equipe do Centro-Oeste goleou por 4 a 0 em Goiânia e por 4 a 1 no Maracanã. Somente no ano passado o Fluminense encerrou o ciclo de derrotas: empatou em 1 a 1 em Volta Redonda e venceu por 2 a 1 no Serra Dourada. Enfim, uma partida interessante: o Flu confirmará o progresso do time ou o Goiás reafirmará a boa campanha do primeiro trimestre no Estadual e na Libertadores?

Hoje também tem o Palmeiras indo a Florianópolis querendo derrotar o Figueira, depois do vexame em casa, e o Corinthians recebendo o São Caetano, time osso duro de roer para o Timão.

No domingo, de cara um grande clássico azul: Cruzeiro x Grêmio, no qual as duas equipes vêm de boas vitórias. Os mineiros devem ganhar, com o apoio da torcida. Os favoritos ao título Internacional e Santos jogam em casa contra, respectivamente, Santa Cruz e Atlético Paranaense. Os mandantes devem conquistar suas primeiras vitórias no campeonato, depois de dois empates fora de casa. E, por fim, o Botafogo pode manter 100% de aproveitamento, se não jogar recuado diante do Paraná em Curitiba.

Hora de libertar

escrito por Raphael Perret @ 13:46 0 comentário(s)

Trinta e dois times começaram a primeira fase da Libertadores. Seis eram brasileiros, 5 eram argentinos, 3 do México, 3 da Colômbia e 3 do Peru. Os demais países sul-americanos tiveram dois representantes cada.

Estabelecidas as oitavas-de-final, verifica-se que a distribuição dos times, por país, mantém quase a mesma variação. Agora, disputam o título 5 equipes brasileiras, 4 argentinas, 2 mexicanas, 2 colombianas, uma do Paraguai, uma do Uruguai e uma do Equador.

Um reflexo claro de que o futebol no Brasil, na Argentina e no México ainda é o melhor praticado no continente americano. A única surpresa é a presença de dois times da Colômbia, país que não disputa uma Copa do Mundo desde 1998.

Pelo menos um brasileiro e um argentino já estão nas quartas-de-final da Libertadores. Newell's Old Boys e Vélez Sarsfield fazem um confronto e, por aqui, São Paulo e Palmeiras reeditam outro duelo nas oitavas-de-final do torneio, já que disputaram a mesma vaga no ano passado.

Os outros times do Brasil têm boas chances. O Goiás enfrenta o Estudiantes de La Plata, time argentino de campanha razoável no torneio, enquanto o Internacional decide uma vaga contra o Nacional do Uruguai. As duas equipes tupiniquins decidem em casa. O Goiás precisa acordar, já que empatou os dois últimos jogos em 0 a 0, com más atuações. O Inter vai mais tranqüilo para os jogos decisivos, e com banca de quem já enfrentou o adversário duas vezes, sem tomar gol: 3 a 0 em Porto Alegre, 0 a 0 em Montevidéu.

O melhor confronto, óbvio, fica por conta de River Plate x Corinthians. O time paulista quer se vingar da eliminação no Morumbi para o mesmo River, nas quartas-de-final da Libertadores de 2003, última vez em que o Timão chegou perto de levantar a taça. De rivalidade com a equipe argentina, Tévez entende. De histórico do River Plate, Mascherano entende. Jogaço-aço-aço. Mas as duas partidas devem coincidir com os dois confrontos entre Flamengo e Galo. E agora?

Boa sorte aos times brasileiros. Não está difícil reconquistar a América.

21 de abr. de 2006

Telê fará falta

escrito por Raphael Perret @ 23:44 0 comentário(s)


Telê Santana: um grande técnico, uma grande perda

Eu estava dirigindo o Flamengo em 1989 quando resolveram trazer o Renato Gaúcho. Preferiram ficar com ele. Se não fosse isso, eu poderia estar no clube até hoje.


Essa provocação é a unica frase que me lembro do Telê ter dito. Enquanto o excelente técnico conquistava o mundo duas vezes através do São Paulo Futebol Clube, corrigindo uma injustiça histórica que lhe custou o mesmo título pela seleção e também por duas vezes, o Flamengo iniciava o seu ocaso de títulos importante, lá no início dos anos 90. Como Telê, para mim, era um dos principais responsáveis pelo momento mágico que o tricolor passou naquela época, a frase me doeu muito. Até porque, depois que Renato voltou ao Flamengo após uma passagem sem brilho pela Itália, o clube conquistou apenas a Copa do Brasil de 1990, enquanto o São Paulo colecionou um Brasileiro, duas Libertadores e os dois Mundiais.

Agora recordo de outras palavras proferidas pelo mestre: "Prefiro perder jogando bonito a empatar jogando feio". Num ambiente em que a permanência do emprego depende exclusivamente de resultados, dizer tal frase é sinal de ousadia e coragem. A exacerbação do futebol de resultados do século XXI me faz crer que, atualmente, nenhum treinador, mas nenhum mesmo, será capaz de afirmar a preferência por uma derrota em troca de um jogo mais vistoso e técnico. Teríamos hoje espaço para um Telê Santana no futebol brasileiro?

O mestre fará falta por aqui. Melhor para o céu, onde as peladas devem estar ficando cada vez mais gostosas de se ver.

20 de abr. de 2006

Vem aí um Mineirão lotado

escrito por Raphael Perret @ 15:11 0 comentário(s)


Danilinho tenta se livrar da marcação do time cearense

O Atlético Mineiro realizou uma quase inacreditável façanha. O time havia perdido o primeiro jogo das oitavas-de-final da Copa do Brasil por 2 a 0 para o Fortaleza em casa. Ser derrotado diante de sua torcida sem marcar gols, na Copa do Brasil, é o prenúncio de uma eliminação, certo? Errado. O Galo conseguiu a vaga para as quartas-de-final após fazer 3 a 1 sobre o time nordestino, na capital cearense. Fez 2 a 0, resultado que levaria o jogo para os pênaltis, sofreu um gol e, em vez de esmorecer, lutou para marcar o gol que o classificaria.

Não é mole, não. Depois do rebaixamento à Série B e da eliminação do campeonato mineiro, a vitória de ontem é uma daquelas que faz reerguer a auto-estima do torcedor e do jogador e recuperar a fé no time. Vencer a Copa do Brasil torna-se agora, para o Atlético Mineiro, uma questão de honra. Um objetivo difícil, porém realizável em curto tempo, e capaz de amplificar o orgulho de qualquer apaixonado pelo Galo.

***

O destino, sob a forma dos critérios para a distribuição dos times nas chaves da Copa do Brasil, passa a dar contornos épicos à caminhada do Atlético. Seu próximo adversário é o Flamengo, grande rival do time mineiro, desde a decisão do Brasileiro de 1980, passando pelas semifinais da Copa União de 1987.

Apostem que o Mineirão vai estar lotado, independente da ordem das partidas. É a forma mais edificante que a torcida vai encontrar para retribuir a garra mostrada no jogo de ontem. E casa cheia significa emoção. Vêm aí duas partidas pra matar torcedor do coração. Aguardemos.

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Aguardemos, porque, se o Flamengo continuar como está, muito rubro-negro morrerá do coração, sim. Por puro desgosto.

Se o time carioca tivesse perdido pro Guarani porque o Bugre foi avassalador, seria razoável e aceitável. No entanto, a equipe de Campinas é pífia. Conseguiu um gol num chute forte de fora da área de Juliano. E só. Era fácil anular os ataques do Guarani. Mesmo assim, havia um limbo entre ataque e meio-campo que zerava qualquer possibilidade de gol para o Flamengo.

O jogo em Campinas revelou alguns fatos. Primeiro, que Obina já merece uma chance para substituir Luizão enquanto o veterano estiver lesionado. Segundo, que Peralta já esgotou suas chances e que Vinicius Pacheco pode esquentar o banco. Assim, talvez diminua o número de passes errados rubro-negros.

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De um lado, Flamengo e Atlético. Do outro, Fluminense e Cruzeiro. Este confronto Rio-Minas promete, mais que o anterior, dois jogos não apenas emocionantes, mas também vistosos. O Flu está invicto há nove jogos e melhorou muito. A ascensão começou antes da chegada de Oswaldo de Oliveira, e tende a ser mais significativa nos próximos jogos. O Cruzeiro, campeão mineiro, tropeçou na estréia do Brasileiro, mas impôs seu bom futebol sobre o Vitória e classificou-se tranqüilamente.

Além disso, os dois times têm ataques produtivos. Grandes chances de muitos gols e bons jogos. A Copa do Brasil começa a esquentar.


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Parabéns ao Volta Redonda. Se não é o mesmo time de 2005, que foi vice-campeão estadual, ao menos conquista projeção nacional ao chegar às quartas da Copa do Brasil.

E se os dois últimos campeões foram do interior, por que não sonhar?

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O Santos também obteve heróica classificação, ao empatar um jogo contra o Brasiliense na capital federal. Luxemburgo e companhia lutam pelas semifinais, agora, contra um surpreendente Ipatinga, que venceu todos os seus jogos na Copa do Brasil e, em cada um deles, marcou três gols. Não é clássico, mas será uma bela disputa.

18 de abr. de 2006

Chato. Mas o Barcelona gostou

escrito por Raphael Perret @ 17:49 0 comentário(s)


Ronaldinho cobra falta para o Barcelona, vencedor do confronto

Luciano do Valle, com sua habitual empolgação forçada, bem que tentou mostrar o contrário. Mas o segundo tempo - única metade que eu pude ver - de Milan 0 x 1 Barcelona, primeira partida do confronto semifinal da Liga dos Campeões da Europa, realizada em Milão, foi chatinho, chatinho. As exceções vieram, obviamente, de um certo jogador brasileiro. Um lançamento brilhante do nosso Ronaldinho Gaúcho para Giuly aos 12 minutos, gol, pimba, e pronto. O Barcelona recuou e deixou o Milan chegar. O que foi suficiente. A tradicional competência para o ataque do futebol italiano (apesar dos inúmeros estrangeiros no time) se fez presente e a equipe rubro-negra só assustou num lance bonito de Kaká e numa perigosa cabeçada de Maldini (caramba, o Maldini ainda joga bola?), com direito a bela defesa de Valdez. O Barcelona, quando tinha a chance de iniciar um contra-ataque, preferia segurar a bola e tocá-la. Com classe e consciência, diga-se de passagem. Ainda assim, Ronaldinho emendou uma bola na trave direita de Dida, tornando magicamente perigoso um lance que só parecia ser produtivo se o brasileiro tivesse aberto a jogada para Eto'o, na ponta-direita.

Enfim, um excelente resultado para o Barcelona, que me pareceu muito superior ao desorganizado Milan, incapaz de produzir e finalizar as mais simples jogadas. Podendo empatar na Espanha, o time de Ronaldinho está muito perto da final.

Eu não disse?

escrito por Raphael Perret @ 12:11 0 comentário(s)

Quando o assunto é tocar o terror na torcida, a imprensa se aperfeiçoa a cada ano. Logo após a primeira rodada do Brasileirão, o Globo me tasca essa:
Na Gávea todos acham que a derrota de 1 a 0 para o São Paulo, no Morumbi, não desmerece o Flamengo, que, em razão do resultado negativo, está na zona de rebaixamento.

16 de abr. de 2006

Pra ficar ruim, tem que melhorar

escrito por Raphael Perret @ 21:00 2 comentário(s)

As goleadas sobre o ABC e o Guarani mostraram aos rubro-negros que há times piores que o Flamengo no futebol brasileiro. É possível, assim, que o clube escape do rebaixamento em 2006.

A derrota por 1 a 0 para o São Paulo, na estréia do Brasileirão, mostrou aos rubro-negros que o Flamengo tem que melhorar muito pra conseguir um mínimo de pontos no campeonato. Estréia mais apática não poderia haver. O tricolor jogou um décimo do que sabe para obter uma vitória com um magro gol de pênalti. As principais oportunidades desperdiçadas foram do ataque do São Paulo, através de Alex Dias e de Souza. O Flamengo perdeu chances somente com o estreante Diego Silva, que tocou na bola duas vezes, em ambas cara a cara com Rogério Ceni, em ambas perdendo gols feitos.

Não é Diego Silva, porém, o culpado pela derrota. Nenhum time que aspira a qualquer coisa no Brasileiro, mesmo que seja a fuga da Série B, pode errar tantos passes como o Flamengo errou no jogo no Morumbi. A torcida não quer um Gérson que acerte lançamentos de trinta metros. Quer seres humanos que tenham uma pontaria mediana, capaz de caprichar num passe de dois metros. O básico do básico.

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A transmissão da Globo sempre põe comentários e perguntas dos internautas durante os jogos. Em geral, apenas bobeiras ou frases que corroboram a visão dos comentaristas da emissora. Na partida entre São Paulo e Flamengo, li a análise mais inteligente que eu já vi: "O Fernando erra todos os jogos e não sai nunca. O Diego errou no primeiro jogo e saiu".

A falha de Fernando no gol do São Paulo foi a mais primária que um zagueiro pode cometer: tentar driblar um oponente em seu campo de defesa. O resultado do lance foi o resultado do jogo. É uma boa desculpa para tirar Fernando do time titular do Flamengo para sempre. Se alguém entender a presença de tão fraco e agressivo zagueiro no elenco rubro-negro, por favor deixe um comentário.

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Muito boa vitória a do Fluminense sobre o Atlético-PR por 2 a 1 na Arena da Baixada. O Furacão não é o mesmo dos últimos anos, mas apresentou-se como um adversário difícil de ser vencido. Porém, o tricolor carioca conseguiu evoluir. Jogou sem medo, encaixando bons contra-ataques. Sem dúvida, efeito do trabalho de Oswaldo de Oliveira.

Só chamou a atenção o fato do goleiro Fernando Henrique soltar tantas bolas em chutes de longa distância. Foi assim que surgiu o gol do Atlético e foi assim que quase os donos da casa não perderam.

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Poucas surpresas. A maior foi a derrota do bom time do Palmeiras, em casa, para a Ponte Preta.

Como disse o Cléber Machado, é só o início. Só falta as mesas redondas de logo mais começarem a alarmar que o Corinthians está na zona do rebaixamento...

14 de abr. de 2006

Vai começar

escrito por Raphael Perret @ 13:47 1 comentário(s)

Vai começar no fim de semana uma longa e divertida viagem pelo Brasil. De Fortaleza a Porto Alegre, de Recife a Goiânia, 380 partidas decidirão o campeão brasileiro de futebol de 2006. Muita emoção, discussão e polêmica vão permear as mesas redondas, os bares, os escritórios e, espero, este blog. Tudo baseado nos confrontos que vão agitar o torneio.

Eu gosto muito do Brasileirão. Prefiro-o aos Estaduais. Os campeonatos locais são charmosos, valorizam a rivalidade, coisa e tal, mas têm muitos jogos desinteressantes, que só surgem na tabela para agradar dirigentes-políticos.

Na maior competição futebolística do país, a história é outra. Dificilmente um time abandona o torneio no meio porque sempre luta por algo nas últimas rodadas: ou pelo título, ou por vaga nos campeonatos sul-americanos ou contra o rebaixamento. Com apenas 20 clubes, então, a disputa por um desses objetivos é líquida, certa e acirrada. As rivalidades também se acentuam no Brasileirão. Afinal, os clássicos regionais estão lá, na tabela, duas vezes no ano. Assim como estão presentes, também, as partidas entre clubes tradicionalíssimos, que mantêm sua rixa há muitos anos. E a própria dimensão superlativa do campeonato amplifica o valor da conquista do título. Enfim, acho muito melhor ser campeão brasileiro a ser campeão estadual.

Não que o Brasileirão 2006 será perfeito. Gosto da fórmula dos pontos corridos, mas lamento que a quantidade de 20 limite a participação de clubes importantes na Série A. Por outro lado, este baixo número traz duas vantagens: a diminuição na quantidade de jogos, evitando a banalização do futebol e tornando as partidas mais interessantes, e a valorização da Série B, que este ano tem a presença de campeões brasileiros (Atlético-MG, Coritiba, Guarani e, vá lá, Sport Recife) e outros times tradicionais (Náutico, Paysandu, Portuguesa). Nada, porém, que torne o Brasileirão desqualificado ou menos emocionante.

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O campeonato começa sábado. Pena que sem nenhuma solenidade ou evento de abertura. Pelo menos para simbolizar a importância do torneio para o Brasil. Sem nenhuma festa, sem champanhe ou salgadinho, a primeira rodada terá início como se fosse outra qualquer.

Deixa estar. Para comprovar o alto relevo do campeonato, a rodada de abertura nos traz vários jogos quentes.

O Corinthians, detentor do título, visita um recém-(re)nascido Grêmio, campeão da série B e campeão gaúcho. O Goiás, sensação de 2005 e que faz ótima campanha na Libertadores, recebe o Santos de Luxemburgo. E dois times cariocas que decepcionaram no Estadual mas têm feito bons jogos na Copa do Brasil enfrentam dois favoritos ao título: teremos Vasco x Internacional, no sábado, e São Paulo x Flamengo, no domingo. Digna de registro também é a estréia do Cruzeiro, outro candidato, diante de um imprevisível São Caetano. Aos supersticioso, lembro que o time mineiro estreou exatamente contra o Azulão em 2003, ano em que a Raposa conquistou seu único título brasileiro.

Não será difícil encontrar, nas rodadas seguintes, outros jogos de igual destaque. Tudo dependerá das rivalidades, do andamento da competição e do sobe-e-desce da tabela. Não há dúvida: vale a pena acompanhar.

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Com certeza vou errar tudo. Ainda assim, faço meus prognósticos. São candidatos ao título São Paulo, Corinthians, Inter e Cruzeiro. Não farão feio Goiás, Santos e Palmeiras. Disputam alguma vaga nos torneios sul-americanos Botafogo, Fluminense, Grêmio e Atlético-PR. Os demais farão figuração ou caem para a Série B.

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Teremos Maracanã! Aleluia!

9 de abr. de 2006

Versão 2006

escrito por Raphael Perret @ 18:24 2 comentário(s)

Início do Brasileirão, Copa do Brasil nas oitavas, Libertadores se definindo, tudo em ano de Copa do Mundo?!

Não, não dá.

Vou ter que voltar com o BlogBola.

Aguardem.