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Tentando dar alguma razão à emoção do futebol

22 de abr. de 2006

O lance foi um lampejo

escrito por Raphael Perret @ 20:20

Quando Petkovic esticou esplendidamente para Lenny e, em seguida, converteu o pênalti sofrido pelo jovem atacante em lance confuso, achei que a urucubaca que acometeu o sérvio estava passando. Estava errado. O belo lance foi apenas um lampejo do craque. Depois, Pet voltou ao ritmo que o tem dominado em 2006: lento e pouco inspirado.

Por sorte, o time tem feito boas apresentações, mostrando que tem dependido menos de Petkovic. Hoje, o gol do camisa 10 foi o suficiente para derrotar um Goiás lento e apático. O time verde melhorou no segundo tempo, criou algumas jogadas de perigo, mas o Fluminense chegou mais perto nos contra-ataques. O tricolor só não aumentou porque, embora tenha um bom toque de bola e acerte os passos, erra nas conclusões por afobação ou preciosismo. Nada que uma boa conversa de Oswaldo de Oliveira não resolva aos poucos. E o placar também não foi mais dilatado porque o Goiás não cansou de parar o time do Flu com faltas.

Mas isso não surpreende quando o técnico do time é Geninho.

(Fluminense 1 x 0 Goiás, Maracanã, 22/04/2006, 2ª rodada do Campeonato Brasileiro)

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Goleadas construídas rapidamente só animam o torcedor do time vitorioso. Veja o que aconteceu em Florianópolis: o Figueirense fez 3 a 0 em 12 minutos, sofreu um gol do Palmeiras aos 18, mas fez mais dois logo na saída do segundo tempo. Um cenário fatal para quem espera alguma emoção. Nessas horas, a equipe vencedora joga com tranqüilidade, tem o apoio da torcida e só não faz mais gols porque começa a dar "toquinho". Em contrapartida, o time humilhado baixa a cabeça, parte pra cima de qualquer jeito e, ao mesmo tempo, se fecha pra evitar uma goleada pior, recorrendo à violência se necessário, por pura irritação. Simplificando, tudo passa a dar certo para quem ganha e errado para quem perde. Foi assim que, no fim do jogo, o Figueira conseguiu o sexto gol.

O alarme soou no Parque Antártica. Alerto somente para que não comecem a levantar muito a bola do Figueirense ainda no início do campeonato. Fizeram isso com o Criciúma em 2004 e o time catarinense foi rebaixado. A Ponte Preta liderou durante um tempinho o Brasileirão de 2005 e escapou da Série B na última rodada. Muita calma nessa hora.

E parabéns ao Figueira.

(Figueirense 6 x 1 Palmeiras, Orlando Scarpelli, Florianópolis, 22/04/2006, 2ª rodada do Campeonato Brasileiro)

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O último dos moicanos partiu. Silvio Luiz, que por tanto tempo defendeu o São Caetano, time que ganhou extraordinária ascensão no início da década, estreou no Corinthians. Por um acaso do destino, contra o ex-clube, que hoje é uma sombra do time que chegou a várias decisões entre 2000 e 2004, incluindo Brasileiros e Libertadores. Com a perda de seu jogador mais representativo, e sem uma suculenta tradição que o sustente, o São Caetano corre um sério risco de dar adeus à elite do futebol brasileiro neste ano.

(Corinthians 3 x 0 São Caetano, Pacaembu, São Paulo, 22/04/2006, 2ª rodada do Campeonato Brasileiro)

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