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Tentando dar alguma razão à emoção do futebol

30 de mai. de 2008

Xô, ressaca!

escrito por Raphael Perret @ 17:56 0 comentário(s)

Quando viram a tabela do Brasileiro, os dirigentes de Santos e São Paulo devem ter pensado:

"Puxa, vamos ter que entrar com os reservas no clássico, pois estaremos bem na disputa da semifinal da Libertadores!"

Pois vão os dois jogar com o que têm de melhor, porque foram eliminados da competição sul-americana e só disputam, neste momento, o Brasileiro. A coincidência ganha tonalidades mais vivas com a eliminação simultânea, na mesma fase, e de forma dramática. As conseqüências imediatas foram uma goleada acachapante sofrida para o Cruzeiro (Santos) e um empate morno com o Coritiba dentro de um Morumbi tristemente vazio (São Paulo). Em seguida, a demissão polêmica de um técnico e uma inexplicável e esquisita fritura de outro?

Estilhaços recolhidos, é a hora de trocar o vidro e seguir em frente. Para reconquistar a torcida, são necessárias vitórias. E é disso que ambos os times precisam, em má situação no campeonato, mesmo no início. Quem terá mais forças para reagir, num cenário que mistura a desconfiança dos torcedores e uma turbulência política interna? Vencer o clássico vai ajudar a esquecer a Libertadores. Empate ou derrota prolongarão a crise já instalada.

***

Outros jogos:

Sábado

Vasco x Grêmio - o Grêmio, com boa campanha, deve se aproveitar do marasmo vascaíno pós-Copa do Brasil

Figueirense x Goiás - cara de zero a zero, apesar da maravilhosa defesa do Figueira e seus dez gols em três jogos

Internacional x Sport - focado na decisão de quarta-feira, o Sport não deve fazer jogo duro com o Inter, que, depois de dois jogos, volta a Porto Alegre

Domingo

Náutico x Botafogo - ano passado foi 4 x 1, mas o Náutico tinha Acosta em excelente fase. Porém, diante de um adversário em movimento interno agitado, o Timbu deve ganhar

Ipatinga x Vitória - será que o Vitória deslanchou? Acredito na sua segunda vitória seguida

Coritiba x Cruzeiro - seria o jogo da rodada se o Coritiba tivesse mantido a boa atuação da estréia contra o Palmeiras. Convenhamos, mesmo assim, que será o adversário mais perigoso do Cruzeiro até agora

Fluminense x Flamengo - os reservas do Flu não têm demonstrado muita inspiração. Porém, diante do Flamengo, clube conhecido pelas surpresas que apronta à torcida, podem até ganhar

Atlético-MG x Portuguesa - sei não, mas esse jogo está cheirando ao quarto empate do Galo em quatro jogos...

Palmeiras x Atlético-PR - dois times que prometiam mas ainda não engrenaram. Acho que dá Verdão.

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29 de mai. de 2008

Rio, depois de cinco anos, fora da final da Copa do Brasil

escrito por Raphael Perret @ 00:47 2 comentário(s)

Corinthians 2 x 1 Botafogo (5 x 4 nos pênaltis), Morumbi, segundo jogo da semifinal da Copa do Brasil 2008, 28/05/2008


Vasco 2 x 0 Sport (4 x 5 nos pênaltis), São Januário, segundo jogo da semifinal da Copa do Brasil 2008, 28/05/2008

Os times cariocas conseguiram o mais difícil.

O Vasco fez o segundo gol já nos acréscimos, com Edmundo pegando rebote de Magrão. Emocionante.

O Botafogo marcou o seu logo depois de sofrer a abertura do placar, demonstrando equilíbrio e serenidade, atributos que lhe faltaram em outros momentos decisivos.

E deram adeus à Copa do Brasil, acabando com a "hegemonia" do Rio na história recente da competição.

As perguntas-chave são:

- O que Castillo foi fazer em cima de Herrera no lance do primeiro gol do Corinthians? Já que um zagueiro marcava Acosta - e teve que sair pra cobrir a saída estabanada do goleiro - bastava fechar o ângulo.

- Quem foi o grande gênio que decidiu pela escalação de Edmundo na cobrança de pênaltis? Quem ainda não conhece a folha corrida de cobranças desperdiçadas pelo veterano jogador? O nome que responde essas perguntas é o culpado pela eliminação do Vasco.

***

Parabéns ao Corinthians, que demonstra garra e força, muita força, na Copa do Brasil, exatamente no ano em que disputa a Série B.

Parabéns ao Sport, ao recolocar o futebol nordestino no topo.

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Fluminense: competente na defesa, sortudo no ataque

escrito por Raphael Perret @ 00:45 2 comentário(s)

Boca Juniors 2 x 2 Fluminense, Juan Perón (Avellaneda,ARG), primeiro jogo da semifinal da Libertadores 2008, 28/05/2008

O Boca insistiu nos lances aéreos, sobretudo pela esquerda. Era quase impossível superar a defesa do Flu no alto. Quando jogou tabelando, chegou ao primeiro gol. O que joga Riquelme é impressionante. Assim como espanta a frieza e maturidade do Boca. Reparem na comemoração do gol de abertura: um ou outro abraço e a volta rápida ao seu campo. Como se pensassem: "Ainda tem jogo".

No segundo tempo, o Flu só conseguia sair jogando quando o Boca errava um passe. Foi um massacre xeneize a etapa final, suportado a duras penas pela ótima zaga tricolor.

O Fluminense também contou com a sorte. Jogou bem na defesa, mas o ataque errou muito e criou pouco. Conseguiu seus gols em jogada de bola parada (que impulsão de Thiago Silva!) e num frango do goleiro Migliore, após chute de Thiago Neves.

***

Os gols do Boca também merecem atenção. Um saiu de uma jogada veloz, com inversão de lado e cruzamento rasteiro. O outro foi de falta, desviada na barreira. O Flu segurou a barra com firmeza. Se a bola passava da linha de zaga, não suplantava o goleiro Fernando Henrique.

Já os gols do Fluminense vieram em falhas de marcação da defesa do Boca Juniors. Isso não é menosprezar a qualidade ofensiva do time tricolor, mas uma constatação: a proteção ao gol de Migliore é deficiente. Se o Fluminense apertar e mantiver o equilíbrio atrás, ganha no Maracanã.

***

O time brasileiro teve um ótimo resultado. Ouço, na rua, os torcedores comemorarem como se o tricolor tivesse se classificado.

Porém, não pensem que é só administrar o jogo no Maracanã. Vai ser dureza. Veja o desempenho do Boca Juniors quando fez o segundo jogo fora de casa, nas últimas Libertadores:

2008
Oitavas: 2 x 1 Cruzeiro (2 x 1 em casa, classificou-se)
Quartas: 3 x 0 Atlas-MEX (2 x 2 em casa, classificou-se)

2007

Oitavas: 1 x 3 Vélez-ARG (3 x 0 em casa, classificou-se)
Quartas: 2 x 0 Libertad-PAR (1 x 1 em casa, classificou-se)
Final: 2 x 0 Grêmio (3 x 0 em casa, foi campeão)

2006 (não disputou)

2005 (disputou sempre a primeira fora de casa, eliminado nas quartas)

2004
Semi: 1 x 2 River Plate-ARG (1 x 0 em casa, classificou-se nos pênaltis)
Final: 1 x 1 Once Caldas-COL (0 x 0 em casa, foi vice nos pênaltis)

2003
Oitavas: 4 x 1 Paysandu (0 x 1 em casa, classificou-se)
Semi: 4 x 0 América-COL (2 x 0 em casa, classificou-se)
Final: 3 x 1 Santos (2 x 0 em casa, foi campeão)

2002
Quartas: 0 x 1 Olímpia-PAR (1 x 1 em casa, eliminado)

2001
Semi: 2 x 2 Palmeiras (2 x 2 em casa, classificou-se nos pênaltis)

2000
Semi: 1 x 3 América-MEX (4 x 1 em casa, classificou-se)
Final: 0 x 0 Palmeiras (2 x 2 em casa, foi campeão nos pênaltis)

Assim, em todas as edições da Libertadores de 2000 pra atual:

- nas 14 vezes em que jogou a segunda partida da fase mata-mata fora de casa, perdeu a vaga ou o título somente 2 vezes;
- quando não ganhou a primeira partida (7 vezes), classificou-se ou foi campeão em 5 oportunidades;
- quando empatou a primeira em 2 a 2, classificou-se ou foi campeão na casa do adversário.

Portanto, Fluminense, atenção com o Boca Juniors. É evidente que é possível superá-lo. Mas, como disse antes, vai ter que comer arroz, feijão e grama.

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28 de mai. de 2008

Uma quarta por três

escrito por Raphael Perret @ 13:07 0 comentário(s)

O único defeito desta quarta-feira é bem evidente: os três grandes jogaços de hoje ocorrem à mesma hora! Ao contrário de muitos comentaristas, não consigo ver mais de uma partida ao mesmo tempo. Se os jogos simultâneos são decisivos, a dificuldade aumenta, porque prefiro me concentrar nos detalhes de um confronto. E também não gosto de correr riscos de perder um lance capital no troca-troca de canais.

Como carioca e (soluço de tristeza) sem meu time participando desta quarta-feira mágica, é difícil escolher o jogo para assistir, já que cada um dos três envolve um clube do Rio.

Quer dizer, seria difícil. Seria se um dos jogos não fosse com um time argentino e valendo vaga na final da Libertadores.

É claro que vou curtir o primeiro jogo entre Boca Juniors e Fluminense. O princípio da confirmação de um favoritismo portenho ou de uma classificação inédita para a decisão mais importante do futebol sul-americano. Dois times que jogam pra frente, com volumes ofensivos consistentes e habilidosos. Se a defesa do Fluminense, a melhor da competição e comandada pelo excelente Thiago Silva, dá uma leve vantagem ao tricolor na comparação entre as equipes, a tradição e o peso da camisa contam a favor dos xeneizes.

Francamente, não existe a menor chance deste primeiro duelo incorrer na chatice tradicional dos jogos iniciais dos confrontos mata-mata. Aposto em qualquer resultado, menos no zero a zero, nem em uma vitória com diferença superior a um gol.

***

A Fiel, como se esperava, lotará o Morumbi para empurrar o Corinthians à decisão da Copa do Brasil. É importante que a torcida paulista, porém, saiba que o Botafogo não é o Goiás, nem o São Caetano. O time carioca vai dificultar a tarefa do time de Mano Menezes e poderá aproveitar espaços na pressão que o Corinthians tentará impor desde o apito inicial.

Sofrer um gol exigirá equilíbrio do time (qualquer um dos dois). E aqui entrará o diferencial. Terá o Botafogo suporte psicológico para tal? Semana passada, o time virou o jogo no Engenhão. Conseguirá, caso tome um gol, no Morumbi? E a torcida corintiana, como agirá se o Botafogo abrir o placar?

Se o Botafogo marca o seu gol primeiro, se torna o favorito de vez. Neste momento, o favorito para a vitória é o Corinthians. Isso não quer dizer que será o Timão o finalista da Copa do Brasil.

***

Entrar em campo precisando marcar três gols é um componente pesadíssimo para qualquer time. Inclusive para o Vasco, que entra em campo em seu famoso caldeirão, lotado e efervescente, com esse objetivo, caso queira disputar a decisão da Copa do Brasil.

Não duvidemos do Sport, que, não custa lembrar, eliminou Palmeiras e Inter, tomando apenas um gol ao todo nos dois jogos que disputou fora de Recife. Não duvidemos da história vascaína, que conta várias eliminações do time da Copa do Brasil em São Januário.

Porém, acredito na vitória vascaína. O passado do Vasco é recheado de gols, de equipes ofensivas, de ataques fulminantes. Com Edmundo, Leandro Amaral, Morais e Alex Teixeira em campo, o time deve manter a tradição de pôr a bola na rede adversária mais de uma vez em um jogo só.

***

Um ano depois de servir de coadjuvante no tal milésimo gol de Romário (foi em 20 de maio), o Sport volta a São Januário disposto a fazer história. Pro bem ou para o mal. Ou elimina o Vasco no Rio (o que não é novidade na história cruzmaltina) e se redime da participação de luxo na festa do Baixinho, ou é desclassificado numa vitória épica do Vasco, seja nos pênaltis ou não, dentro de um explosivo São Januário.

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26 de mai. de 2008

Reflexões sobre poupar ou não titulares no Brasileirão

escrito por Raphael Perret @ 22:59 1 comentário(s)

Algumas justificativas que enxergo sobre as duas posições.

A favor

Os jogos são mais duros. O preparo físico é fator cada vez mais determinante no sucesso de um jogador de futebol. As disputas de bola costumam ser mais ríspidas, deixando os jogadores mais sujeitos a lesões. O risco de perder um atleta por contusão é alto, e o prejuízo torna-se muito grande quando o time participa de uma semifinal de Libertadores ou final de Copa do Brasil.

Às vezes o melhor treino é o descanso. Quem pratica exercícios sabe que, às vésperas de um evento mais desgastante, o repouso é mais importante do que o treinamento. Se o jogador tem a possibilidade de descansar mais perto do jogo decisivo, ele terá melhor aproveitamento na hora H.

Contra

Sempre foi assim. Não me lembro, em toda minha vida, de ver jogos somente nos finais de semana. Antes, aliás, jogava-se até mais, quando o Brasileiro tinha mais de 30 times e se espremia em menos de um semestre, quando os Estaduais eram paquidérmicos e quando os times da Libertadores também disputavam a Copa do Brasil.

A torcida não prestigia. Se as equipes titulares dos clubes brasileiros já não são empolgantes, que dirá os reservas? Só vão ao estádio mesmo os mais fanáticos. E, se o time ainda disputa finais de outro torneio, o torcedor vai preferir economizar e assistir somente às decisões.

Desvaloriza-se o principal torneio do país. Com vinte clubes e uma tabela conhecida desde o início do ano, o Brasileiro tinha tudo para ter jogos animados. Mas os mistões só enfraquecem.

Expõe-se o time reserva ou júnior. Desentrosado ou inexperiente, a equipe que entra em campo tem grandes chances de ser derrotada, não raro com sacodes memoráveis. Prato cheio para queimar jogador que ainda desponta para o cenário do futebol.

Saldo

Sou contra a utilização maciça de reservas nas primeiras rodadas do Brasileiro. Porém, as justificativas dos treinadores são compreensíveis. O calendário precisa ser melhorado, de forma que os times possam disputar duas competições sem a necessidade de mandar equipes reservas para um dos torneios. Os clubes também precisam montar elencos extensos e competitivos, o que é muito difícil, diante da situação calamitosa dos cofres das agremiações.

A melhor solução é a escalação, nos jogos iniciais do Brasileiro, de times mistos, com o máximo de titulares. A escolha deve cair sobre aqueles jogadores em melhores condições físicas e sem histórico de contusões. Mesmo assim, eu ainda mandaria os titulares poupados para o banco de reservas. Afinal, o Campeonato Brasileiro não merece esse começo insosso.

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24 de mai. de 2008

A dúvida dos volantes

escrito por Raphael Perret @ 21:02 0 comentário(s)

Flamengo 2 x 1 Internacional, Maracanã, terceira rodada do Campeonato Brasileiro 2008, 24/05/2008


Bom jogo no Maracanã.

Primeiro tempo. O Flamengo tem dois zagueiros, três volantes e os dois laterais esquecem o que é apoio. Sete jogadores na defesa. Mesmo assim, o Inter dominou, sem esforço. O lance do gol ocorreu ao longo de um enorme buraco na defesa rubro-negra.

Segundo tempo. Jônatas, mais técnico, substituiu Jaílton, péssimo, teve boa atuação e conseguiu, ao mesmo tempo, conectar a defesa ao ataque e dificultar as ações ofensivas coloradas. Méritos ao poder de observação de Caio Júnior.

Resta a pergunta: se o time tem tantos volantes, por que não escalar aqueles que marcam E sabem tocar a bola?

***

O Inter tem um setor ofensivo muito bom. Alex, Fernandão e Nilmar, auxiliados eventualmente por - pasmem! - Andrezinho, Iarley e Gil, compõem um ataque inteligente, veloz e hábil. No primeiro tempo, falharam na pontaria e desperdiçaram muitas oportunidades. Na etapa final, esbarraram numa defesa rubro-negra mais bem posicionada.

Num campeonato de pontos corridos, o ataque do Internacional mostrará seu poder e deixará o time nos primeiros lugares do Brasileiro.

***

Souza disse que não tem feito gols porque mudou o estilo e sai mais da área. Verdade. Desta forma, tem demonstrado virtudes, como velocidade e facilidade em driblar. Mas mudou porque quis? Ou a mando do técnico? Se ele saiu da área, quem é a nova referência dentro dela? É tática do treinador?

***

O Flamengo poderia ter chegado mais. Porém, após a virada, não encaixou nenhum contra-ataque, por demora no passe ou imprecisão no toque. Caio Júnior afirmou, depois do jogo, que o contragolpe é um dos pontos fortes do time. Tem razão. Foi assim que o Fla foi campeão estadual. Quando o contra-ataque funciona.

Hoje, não funcionou.

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23 de mai. de 2008

Os dois desafios do Fla: o Internacional e a própria torcida

escrito por Raphael Perret @ 17:06 0 comentário(s)

O destino foi gentil com os brasileiros e nos premiou, nesta rodada do Brasileiro, com um agrupamento dos - exatamente! - quatro times da Série A envolvidos em competições paralelas em dois jogos. Teremos, portanto, no final de semana, oito partidas onde ambos os adversários estarão realmente motivados.

O jogo em destaque acontecerá amanhã, no Rio de Janeiro. Mais uma vez, o Colorado está na berlinda. Em má fase, foi eliminado da Copa do Brasil, perdeu para o Palmeiras no Palestra Itália e ainda perdeu dois jogadores de marcação, além de contar com outros desfalques. As entrevistas de Abel, durante a semana, revelavam sinais de preocupação com o Flamengo, em busca de afirmação no Brasileiro. O rubro-negro tem dois desafios no sábado. Um, claro, é derrotar o Internacional, o que não acontece há cinco anos. O outro, e talvez mais difícil, é reconquistar a sua torcida, trunfo vital no Brasileiro do ano passado, e a quem reencontra depois do papelão de 7 de maio de 2008.

Como será a reação da massa rubro-negra? Irá ao Maracanã? Apoiará o time? Protestará? Lembro que, na trágica partida contra o América, mesmo com o placar definitivo, a torcida apoiou o time até o apito do juiz, fato impensável anos atrás, quando a impaciência surgia rapidamente nas arquibancadas à esquerda da tribuna do Estádio Mário Filho. Acredito numa reaproximação tranqüila, tímida e crescente. Uma vitória sobre o Inter, ainda considerado favorito ao título, ajudará, e muito, na reconciliação.

***

E os outros jogos?

Sábado

Vitória x Figueirense - o Vitória não engrena, enquanto o Figueira já começa a incomodar. Deve dar o time do sul.

Grêmio x Náutico - mais uma reedição da Batalha dos Aflitos. Ano passado, 4 a 3 pro tricolor gaúcho. Deve vencer de novo.

Domingo

São Paulo x Coritiba - frustrado com a eliminação da Libertadores, o São Paulo não deve conseguir nada além do empate com o bom time do Coxa.

Cruzeiro x Santos - protagonistas de bons jogos entre 2003 e 2004, não empolgam tanto quanto naqueles tempos. Deve dar Cruzeiro, apostando na ressaca pós-Libertadores do Peixe.

Sport x Fluminense - ambos vão de times mistos. O Flu vai ter Dodô. Mesmo assim, acho que dá empate.

Goiás x Ipatinga - se Fla x Inter é o destaque, este jogo vai passar despercebido. O Goiás deve sair da seca.

Portuguesa x Palmeiras - jogo interessante em São Paulo. O Palmeiras quer crescer, a Portuguesa quer mostrar que tem time pra ficar. Aposto no Verdão.

Botafogo x Vasco - o primeiro clássico carioca do campeonato vai ter times mistos. Que saco, hein? Zero a zero.

Atlético-PR x Atlético-MG - os dois atléticos precisam desfazer as más impressões iniciais e devem fazer um bom jogo. Acredito no Furacão.

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22 de mai. de 2008

O feriado é tricolor e carioca

escrito por Raphael Perret @ 00:09 1 comentário(s)

Fluminense 3 x 1 São Paulo, Maracanã, segunda partida das quartas-de-final da Libertadores 2008, 21/05/2008


Se o Fluminense for campeão da Libertadores de 2008, o jogo de hoje, contra o São Paulo, entrará para a história (se o Flu for eliminado, ninguém vai lembrar). Sofrer um gol que o desclassificaria, fazer um imediatamente depois e o derradeiro aos 47 do segundo tempo, de cabeça em cobrança de escanteio? É antológico.

Vibrem, tricolores, o feriado de Corpus Christi é todo seu.

***

O Fluminense só foi pro ataque em três momentos: no início do jogo, quando sofreu o gol do São Paulo e quando Joílson foi expulso. Tirando estes períodos, o time das Laranjeiras parecia que se classificaria com o resultado que estivesse em andamento - o que só ocorreu quando Washington marcou seu golaço de cabeça.

Foi sofrido para o Fluminense. O São Paulo jogou com consciência, tocando a bola com tranqüilidade e se tornou ainda mais perigoso com a entrada de Aloísio no lugar de Dagoberto, fraco. Mas o que faltou ao Flu, no Morumbi, não foi escasso no Maracanã: raça. Mesmo sem a velocidade de que precisava, o time lutou muito, do goleiro ao ataque. Sabia da importância da partida, apesar de uma aparente preguiça em alguns momentos.

O São Paulo errou pouco, mas falhou nos momentos fatais. Cochilou nos dois primeiros gols. No terceiro, um vacilo triplo: Washington fez o gol marcado por três zagueiros.

Se, semana passada, a força de marcação venceu a técnica, hoje a garra superou a frieza.

***

No Flu, Junior Cesar, Conca e, claro, Washington, foram os melhores. O São Paulo também não pode reclamar de Hernanes e Adriano.

Agora, é impossível entender como Richarlyson é titular do atual bicampeão brasileiro.

***

Contra Santos ou América, o Flu é favorito.

Contra Boca Juniors, o tricolor vai ter que comer arroz, feijão, grama... O que vier.

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21 de mai. de 2008

A chatice do primeiro duelo

escrito por Raphael Perret @ 09:17 0 comentário(s)

Botafogo 2 x 1 Corinthians, Engenhão, primeira partida das semifinais da Copa do Brasil 2008, 20/05/2008


Primeiros jogos de disputas mata-mata, convenhamos, são sempre um tédio. Os times jogam com timidez, arriscam pouco e, se ganham alguma emoção, é no final do segundo tempo, quando o placar está prestes a ser decretado.

Com Botafogo x Corinthians não foi diferente. Ô jogo amarrado! O meio-campo carioca não articulava nada, enquanto os paulistas conseguiam chegar à área adversária com um bom toque de bola. Ou, então, com rebatidas da assustada zaga do Botafogo. Não à toa que o Corinthians foi pro vestiário vencendo por 1 a 0.

No segundo tempo, o Botafogo melhorou e conseguiu a virada, com gols no início e no fim da etapa complementar. O Corinthians ainda assustou em alguns lances de bola parada, mas o placar ficou no 2 a 1.

Diante da Fiel, e depois de uma atuação em nada comprometedora, prevejo um Morumbi lotado e um Corinthians quase finalista, mesmo com desfalques.

E prevejo, também, muito mais emoção do que ontem.

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18 de mai. de 2008

Um 0 a 0 razoável

escrito por Raphael Perret @ 21:00 2 comentário(s)

Grêmio 0 x 0 Flamengo, Olímpico (Porto Alegre),segunda rodada do Campeonato Brasileiro de 2008, 18/05/2008


Com menos de 5 minutos de jogo, Juan entrou na área pela esquerda. Tinha a opção de fuzilar o goleiro Victor e abrir 1 a 0. Preferiu cruzar para Tardelli, marcado. Fizesse o gol, o Flamengo venceria o Grêmio pelo placar mínimo. Sim, porque, domingo, no Olímpico, estava escrito que nenhuma bola entraria no gol de Bruno.

O camisa 1 rubro-negro fez defesas sensacionais e viu a bola bater em sua trave duas vezes, no segundo tempo. A qualidade e a sorte, aos poucos, confirmam sua condição de ótimo goleiro.

O Grêmio até merecia vencer. Mas sou da hipótese de que poucas coisas, no futebol, são injustas. Se o tricolor gaúcho criou dezenas de oportunidades e não as transformou em gol, foi incompetente, apesar da boa atuação de Bruno. O ataque gremista aposta no jogo aéreo e nos tiros de fora de área. Falta talento para tabelas e jogadas de aprofundamento. Quando o calibre está desajustado, como ontem, vai sofrer pra fazer gol.

O Flamengo chegou perto no primeiro tempo, mas um ataque com dois jogadores tão abertos como Diego Tardelli e Marcinho se ressentem de alguém na área. Além disso, a marcação do Grêmio estava forte, sempre com alguém na sobra, fosse quem fosse o jogador visado. Um bloqueio quase impenetrável. O antídoto seria a velocidade e a troca rápida de passes, mas com Kleberson, péssimo, e Ibson, regular, o que há é a bola, na bandeja, pro adversário. Na segunda etapa, enquanto Renato Augusto jogou como armador, embutiu alguma inteligência ao meio-campo do Flamengo, dominado pelos fortes atletas gremistas. Depois, ao ser deslocado ao ataque, ficou isolado.

Antes de enfrentar quatro times no Maracanã seguidamente, o empate até que foi um resultado razoável para o rubro-negro.

***

Não sou contra a tática mais utilizada por times visitantes, que visa atrair o adversário e explorar contra-ataques. Aplicada eficientemente, pode ser mortal e evitar riscos.

Caio Júnior optou por essa velha estratégia. Correu riscos, mas a defesa do Flamengo, apoiada pelos volantes de praxe, agüentou a pressão e passou segurança. Se a tática for mesmo executada nos jogos fora de casa neste ano, com a zaga que tem, o time rubro-negro pode conquistar mais pontos como visitante do que em 2007, quando venceu apenas três jogos dos 16 que disputou fora do Maracanã.

Mas o ataque também precisa ser melhorado.

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16 de mai. de 2008

Palmeiras e Inter em busca de tranqüilidade

escrito por Raphael Perret @ 19:12 0 comentário(s)

Duas trajetórias semelhantes se cruzam no domingo e compõem a partida mais interessante da segunda rodada do Brasileirão. Domingo, no Parque Antártica, duelam dois times que:

- foram campeões estaduais com goleadas nos jogos decisivos;

- são considerados favoritos ao título nacional;

- eram considerados favoritos ao título da Copa do Brasil, mas foram eliminados pelo Sport Recife, com derrotas incontestáveis na Ilha do Retiro;

- vêm de tropeços.

Palmeiras e Internacional têm o mesmo desafio, um contra o outro: confirmar a condição de postulantes a campeão brasileiro de 2008. A última partida de cada um diminui a margem de erro no jogo de domingo. Enquanto o time paulista perdeu para o Coritiba e evidenciou problemas na equipe de Luxemburgo, o Colorado foi eliminado na Copa do Brasil, numa derrota que deixou seqüelas no time e no técnico Abel Braga.

As conquistas regionais deram ânimo e a convicção da possibilidade do título. Enquanto não começa a Sul-Americana, os dois times não têm preocupações paralelas. Vencer o jogo de domingo vai dar tranqüilidade aos bastidores. É verdade que uma derrota não trará crises insustentáveis nem a Palmeiras, nem a Internacional. Mas pode abalar e gerar dúvidas no bom trabalho feito até aqui tanto por Vanderlei Luxemburgo quanto por Abel Braga.

***

Outros jogos do campeonato:

Sábado

Sport x Vitória - tricampeão pernambucano, semifinalista na Copa do Brasil, ótima fase, jogando em casa... difícil segurar o Leão.

Cruzeiro x Botafogo - o Cruzeiro, despreocupado com qualquer outro torneio, deve vencer o time carioca, com a cabeça na Copa do Brasil

Vasco x Portuguesa - se o Vasco não poupar os titulares, deve ganhar com seu bom ataque

Domingo

Grêmio x Flamengo - jogo de alta expectativa, pois será a verdadeira estréia de Caio Júnior e o primeiro jogo pra valer do Grêmio

Goiás x Atlético-MG - dois times em má fase, ganha o menos pior. Pode ser a redenção do Galo

Fluminense x Náutico - mesmo privilegiando a Libertadores, o Flu tem time reserva para não perder do Timbu

Atlético-PR x São Paulo - o Tricolor não se dá bem na Arena da Baixada. Em semana de decisão da Libertadores, deve dar Furacão

Santos x Ipatinga - o decadente time mineiro deve dar algum trabalho ao Santos, que, no ano passado, também se poupando pra Libertadores, perdeu para o lanterna América-RN na Vila Belmiro

Figueirense x Coritiba - os dois times mostraram qualidades ofensivas na primeira rodada e podem fazer um jogo movimentado. Aposto em empate com 2 x 2 ou mais

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15 de mai. de 2008

Curiosidades da reta final da Copa do Brasil

escrito por Raphael Perret @ 00:14 1 comentário(s)

O estilo mata-mata da Copa do Brasil permite que times com menos investimentos e menos tradição consigam ir longe. Paulista e Santo André foram campeões recentes. Ipatinga, em 2006, e Brasiliense, em 2002 e 2007, também conseguiram resultados em que ninguém apostaria no início do ano.

Pela primeira vez em 11 anos, teremos quatro semifinalistas que já foram campeões brasileiros (incluindo, aí, o Sport Recife, reconhecido como tal pela CBF). Em 1997, chegaram à penúltima fase Grêmio, Flamengo, Corinthians e Palmeiras. Três anos depois, Cruzeiro, São Paulo, Santos e Atlético-MG disputavam duas vagas na final, mas em 2000 o time azul ainda não havia conquistado o principal título nacional.

Por sua vez, desde 2001 não temos todos os semifinalistas pertencentes à Série A. Naquela ocasião, Grêmio, Corinthians, Coritiba e Ponte Preta foram os quatro melhores da Copa do Brasil.

Enfim, o torneio poderá ter, pela sexta vez seguida, um time carioca na decisão.

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Garra e marcação superam a técnica

escrito por Raphael Perret @ 00:13 0 comentário(s)

São Paulo 1 x 0 Fluminense, Morumbi (São Paulo), primeira partida das quartas-de-final da Libertadores, 14/05/2008


Deixar o São Paulo fazer 1 a 0 é erguer uma muralha na área adversária. Desde 2007 o time paulista é competente na defesa e sabe impedir gols. A vantagem, para quem enfrenta o São Paulo, é que o contra-ataque não é veloz. As desvantagens, porém, são mais numerosas: o tricolor do Morumbi é bom no jogo aéreo, nas triangulações e nas inversões de lado. Com Adriano (um tanque!) em boa forma, o perigo é multiplicado. Mas, ontem, foi atenuado com a imprecisão dos chutes e passes de Dagoberto, que perdeu um gol incrível aos 27 do segundo tempo.

A entrada de Conca no Fluminense era óbvia e necessária. Poderia ter ocorrido desde que o placar foi alterado, dada a dificuldade de entrada na área são-paulina. Com dois armadores e dois atacantes, além da subida dos laterais, o tricolor carioca poderia ter chegado mais ao gol de Rogério Ceni. A substituição só veio no meio do segundo tempo e se justificaria com uma boa atuação de Conca, mas, a meu ver, foi errada. Thiago Neves, embora atuando mal e com um cartão amarelo na conta, seria mais útil com a companhia do argentino, enquanto Dodô errava tudo e vinha sem ritmo de jogo.

Enfim, o time mais técnico não resistiu ao time mais forte na marcação. Além disso, o São Paulo mostrou mais raça e disposição, principalmente no primeiro tempo, quando ganhou a maioria das divididas. O famoso "detalhe" que faz a diferença nos jogos equilibrados esteve na garra dos paulistas.

O Flu pode reverter no Maracanã. Mas vai ter que partir com um volume ofensivo maior, para suplantar a robusta defesa do São Paulo.

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14 de mai. de 2008

Nova versão 3.0

escrito por Raphael Perret @ 21:43 0 comentário(s)

Em noite de quartas-de-final de Libertadores e Copa do Brasil e no interstício das duas primeiras rodadas do Brasileirão-2008, chega a versão 3.0 do BlogBola.

As opiniões deste humilde escriba e curiosidades de uma imperfeita, porém honesta memória voltam a preencher este endereço.

Seja bem-vindo e vamos lá ver São Paulo x Fluminense!