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Tentando dar alguma razão à emoção do futebol

21 de abr. de 2006

Telê fará falta

escrito por Raphael Perret @ 23:44


Telê Santana: um grande técnico, uma grande perda

Eu estava dirigindo o Flamengo em 1989 quando resolveram trazer o Renato Gaúcho. Preferiram ficar com ele. Se não fosse isso, eu poderia estar no clube até hoje.


Essa provocação é a unica frase que me lembro do Telê ter dito. Enquanto o excelente técnico conquistava o mundo duas vezes através do São Paulo Futebol Clube, corrigindo uma injustiça histórica que lhe custou o mesmo título pela seleção e também por duas vezes, o Flamengo iniciava o seu ocaso de títulos importante, lá no início dos anos 90. Como Telê, para mim, era um dos principais responsáveis pelo momento mágico que o tricolor passou naquela época, a frase me doeu muito. Até porque, depois que Renato voltou ao Flamengo após uma passagem sem brilho pela Itália, o clube conquistou apenas a Copa do Brasil de 1990, enquanto o São Paulo colecionou um Brasileiro, duas Libertadores e os dois Mundiais.

Agora recordo de outras palavras proferidas pelo mestre: "Prefiro perder jogando bonito a empatar jogando feio". Num ambiente em que a permanência do emprego depende exclusivamente de resultados, dizer tal frase é sinal de ousadia e coragem. A exacerbação do futebol de resultados do século XXI me faz crer que, atualmente, nenhum treinador, mas nenhum mesmo, será capaz de afirmar a preferência por uma derrota em troca de um jogo mais vistoso e técnico. Teríamos hoje espaço para um Telê Santana no futebol brasileiro?

O mestre fará falta por aqui. Melhor para o céu, onde as peladas devem estar ficando cada vez mais gostosas de se ver.

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