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Tentando dar alguma razão à emoção do futebol

3 de jul. de 2008

É do jogo

escrito por Raphael Perret @ 01:55 4 comentário(s)

Fluminense 3 x 1 LDU (1 x 3 nos pênaltis), Maracanã, segundo jogo da final da Libertadores 2008, 02/07/2008


Foi assim contra o São Paulo, foi assim contra o Boca Juniors: a vitória tinha que ser épica, histórica, sofrida. O gol de Bolaños aos 5 minutos do primeiro tempo aumentava a carga dramática da partida. E o destino parecia ser um título eterno, com os 3 a 1 já no início do segundo tempo, graças a um Thiago Neves oportunista e iluminado.

Mas o Fluminense, como um todo, não parecia em um dia mágico, como esteve nas outras duas grandes vitórias. Fernando Henrique não brilhou (não foi muito exigido, mas assustou em alguns lances), a defesa falhou bastante e bateu cabeça, o próprio Thiago Neves, tirando o momento dos gols, não armou muitas jogadas e...

Bem, Washington e Dodô confirmaram aquilo que seus detratores sempre reforçaram: que não são jogadores decisivos. Foram importantes no meio do caminho da Libertadores e deram a impressão de que calariam seus críticos. Mas a atuação dos dois jogadores, sobretudo de Washington, péssimo, confirmou a dificuldade deles em decidir um campeonato.

Assim, não se entra pra história.

***

No Sportv dizem que o Flu pareceu satisfeito ao fazer 3 a 1 e não lutou tanto pelo quarto gol. Injusto. O Fluminense buscou os gols, sempre. Só que a LDU jogou bem, manteve a calma mesmo diante de uma torcida incansável e, principalmente, marcou muito bem a saída de bola do Tricolor. Com esta tática - que deveria ser permanente em qualquer time do planeta - o time equatoriano atrapalhou o toque de bola do Fluminense, conseguiu alguns desarmes e laterais. Enfim, ganhou tempo, medida fundamental para um time que tinha a vantagem durante boa parte do jogo.

***

Mesmo assim, é de se louvar a atuação de Arouca, Conca e Junior Cesar, este sim, irretocável no segundo tempo.

A LDU também mostrou valores, como Manso, Guerron e Bolaños. E Cevallos, muito inseguro durante o jogo, foi essencial na cobrança dos pênaltis, até com uma catimba inédita e três defesas.

***

Não faltou fibra nem garra. Alguns jogadores apenas não atuaram bem. Por inexperiência? Não, em outros momentos, mais difíceis até, os atletas se superaram. Por cansaço? Mas o Flu titular só tem jogado às quartas.

Só nos resta recorrer ao clichê. Às vezes se ganha, às vezes se perde.

Hoje foi o dia da derrota.

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26 de jun. de 2008

No fim, o silêncio

escrito por Raphael Perret @ 00:24 2 comentário(s)

LDU 4 x 2 Fluminense, Casa Blanca (Quito), primeiro jogo da final da Libertadores 2008, 25/06/2008


Os primeiros minutos já anunciavam o terror que seria a noite de hoje para os tricolores. Lembram-se dos dois grandes fatores que levaram o Fluminense à final da Libertadores? Um era o poder de decisão de alguns jogadores, outro era a sorte. Ambos não estavam em Quito.

O primeiro gol da LDU sai antes do segundo minuto se completar. Numa falha de Thiago Silva, que deixou Bieler se antecipar. Ora, uma falha do excelente Thiago Silva só pode significar que a sorte não acompanhava o Fluminense.

Minutos depois, Washington, tão importante contra São Paulo e Boca Juniors, perdeu um gol na cara de Cevallos, chutando em cima do goleiro. Chance que não se desperdiça numa final de Libertadores. O jogador passou a dar munição a quem o classificava como sem poder de decisão. E provou ao longo da partida, ao ter uma atuação nula.

Mas, como nos outros jogos do torneio,o Fluminense passou a atacar mais depois de ficar em desvantagem (isso, sim, que é emoção). E conseguiu o empate, aos 11, pra variar, de falta, muito bem batida por Conca.

A igualdade foi providencial. A torcida, até então animada, se calou. A LDU passou a errar mais. Jogadores levavam bola nas costas, perdiam a jogada sozinhos... Só que o Fluminense não teve coragem de partir pra cima. E, pior, Ygor, Arouca e Junior Cesar erraram mais do que os equatorianos. E nem sempre a LDU falhava. Quando acertava, chegava na cara do gol.

Aos 26, Luiz Alberto cometeu, acredite, a primeira falta do time brasileiro. Falta fatal: no rebote da cobrança, Guerrón acerta belo chute no canto esquerdo de Fernando Henrique.

Mantendo a tradição, o Fluminense tentou chegar junto. Entretanto, o posicionamento do time era inacreditável. A linha de volantes e zagueiros não saía de sua intermediária, enquanto os meias e os atacantes ficavam muito à frente. Criou-se um vazio tricolor no meio-de-campo, facilmente dominado pela LDU. A ligação entre defesa e ataque era dificílima. Os laterais ficaram presos. Desta forma, era impossível armar uma jogada decente. Era melhor se o time todo estivesse recuado, inclusive o ataque: pelo menos a ligação seria mais fácil e "bastaria" usar a velocidade.

Com essa dificuldade, a bola não saía do campo do Fluminense. E entrou no gol do time mais duas vezes, em duas cobranças de escanteio, com Campos (33 min) e Urrutia (45 min). Apesar das limitações da LDU, a timidez e a imprecisão do Fluminense passavam a tornar o placar justo.

Veio o segundo tempo, sem modificações de Renato Gaúcho. A menos que houvesse problemas de preparo físico, concordei. O maior problema era o posicionamento. Se este fosse corrigido, talvez diminuísse a taxa de erros individuais.

E foi o que aconteceu. Os espaços na configuração tática do Flu diminuíram e o time, de alguma forma, se ajeitou. E achou um golzinho logo aos 6 minutos, com Thiago Neves, de cabeça, uma raridade.

Os volantes, mais à frente, facilitaram a saída de bola. A mudança tática fez com que o meio-campo se equilibrasse e os meias, Cícero, Conca e Thiago Neves, achassem mais espaço para trabalhar e criar jogadas. Mas ainda faltava objetividade, até porque a LDU recuou e marcava bem.

Aos poucos, o gás foi acabando. A LDU chegou mais perto, em faltas laterais e, principalmente, nos escanteios, que se mostraram uma arma poderosíssima do time do Equador, como nunca vi sendo aplicada por nenhuma outra equipe.

Faltando 10 minutos, tirando uma bola na trave de Fernando Henrique, os dois times demonstravam satisfação com o 4 a 2. Para a LDU, a vantagem é muito boa. Para o Flu, a desvantagem é possível de se reverter, nem que seja para levar o jogo para os pênaltis.

A maior prova de que tudo pode acontecer no Maracanã se deu na reação dos torcedores, aqui perto de casa, ao fim do jogo. Durante os gols da LDU, os anti-Flu vibravam. Quando o Tricolor marcou seus gols, seus torcedores urravam. No apito final, porém, ouviu-se o silêncio: ninguém teve coragem de celebrar o resultado.

Afinal, está apenas começando o intervalo de um jogo de 180 minutos.

***

Um dos maiores obstáculos para a vitória do Fluminense no Maracanã estará em campo, mas não é nenhum jogador da LDU. O árbitro Hector Baldassi, na última vez que esteve no estádio, aprontou pra cima do Flamengo, na última partida do time na Libertadores de 2007, quando derrotou o Defensor do Uruguai por 2 a 0 e ficou a um gol de levar o jogo aos pênaltis. Olho nele.

***

Em oito vezes, o time mandante venceu a primeira partida da final da Libertadores por dois gols de diferença.

Apenas em uma, em 1987, o visitante conseguiu ser o campeão. E, mesmo assim, venceu por um gol de diferença o jogo de volta e, porque até aquele ano o saldo de gols não era critério de desempate, conquistou o título com vitória em um terceiro jogo, disputado em campo neutro.

Apenas em uma, em 1989, o visitante conseguiu ser o campeão. Em 1987, também aconteceu, mas com outras regras: o visitante venceu por um gol de diferença o jogo de volta e, como até aquele ano o saldo de gols não era critério de desempate, conquistou o título com vitória em um terceiro jogo, disputado em campo neutro.

Enfim, um tabu. Mas o que é um tabu para o Fluminense, que eliminou o São Paulo, tarefa historicamente difícil para uma equipe brasileira, e despachou o Boca Juniors, feito inédito para um time do Brasil depois de 35 anos?

Confira as oito situações (em negrito, os campeões):

1966 – Peñarol 2 x 0 River Plate, River Plate 3 x 2 Peñarol e Peñarol 4 x 2 River Plate
1979 – Olímpia 2 x 0 Boca Juniors e Boca Juniors 0 x 0 Olimpia
1987 – América de Cáli 2 x 0 Peñarol, Peñarol 2 x 1 América de Cáli e Peñarol 1 x 0 América de Cáli
1989 – Olimpia 2 x 0 Atlético Nacional e Atlético Nacional 2 x 0 Olimpia (5 x 4 nos pênaltis)
1990 – Olimpia 2 x 0 Barcelona-EQU e Barcelona-EQU 1 x 1 Olimpia
1995 – Grêmio 3 x 1 Atlético Nacional e Atlético Nacional 1 x 1 Grêmio
1998 – Vasco 2 x 0 Barcelona-EQU e Barcelona-EQU 1 x 2 Vasco
2003 – Boca Juniors 2 x 0 Santos e Santos 1 x 3 Boca Juniors


***

Um amigo meu disse que a interrupção da Libertadores, há duas semanas, foram nocivas ao Fluminense. "O time perdeu o embalo", disse ele. A atuação do time, sobretudo no primeiro tempo, dava razão ao meu amigo. Não houve corpo mole, mas faltou vibração, a mesma que comandou o time nos jogos recentes no Maracanã e, pelo menos, contra o Boca, na Argentina. Ter realizado o primeiro jogo no Equador, longe da torcida, agravou o problema.

Mas a derrota de hoje pode ser o combustível para inflamar os torcedores e empurrar o time pra cima da LDU, na quarta-feira que vem, em busca dos três gols.

O embalo já está de volta.

Será que a tempo?

(Atualizado em 26/06/2008, 16:43)

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24 de jun. de 2008

Ingressos esgotados. Você, tricolor, está com o seu?

escrito por Raphael Perret @ 22:18 1 comentário(s)

Foto de Celso Pupo, publicada no blog Fim de Jogo
Foto de Celso Pupo, publicada no blog Fim de Jogo

Na imprensa esportiva carioca, as notícias de maior destaque, na última semana, foram a fraca campanha do Brasil nas Eliminatórias, as eleições no Vasco e a confusão na compra de ingressos para a finalíssima da Libertadores, entre Fluminense e LDU, do Equador, no Maracanã, no dia 2 de julho. As cenas de desordem na fila e policiais atacando torcedores estão se tornando, infelizmente, corriqueiras, sem que providências sejam tomadas pra valer.

Venda de ingressos para jogos de grande apelo, sobretudo no Maracanã, trazem sempre desnecessárias pitadas de emoção. Motivos sobram para explicar a baderna: falta de inteligência dos dirigentes, logística idiota, policiais despreparados, leniência com cambistas e outras barbaridades. As engrenagens que movimentam o esquema de comércio de ingressos são tão conexas que tentar desvinculá-las é uma tarefa ingrata, árdua e longa. Enquanto já é possível comprar ingressos pela internet para filmes, peças, shows e jogos de futebol em qualquer lugar da Europa, por aqui é inimaginável poder adquirir bilhetes por qualquer meio que não seja na boca do caixa, em três ou quatro postos de venda diferentes, mal localizados.

(Veja algumas notícias sobre a confusão: o relato de um repórter-torcedor do Fluminense, o informe do blog Fim de Jogo e um vídeo numa matéria do GloboEsporte.com)

A estrutura clandestina leva os ingressos rapidamente ao esgotamento. Os responsáveis anunciam o fim das vendas como se fosse fim de expediente. Em conversas informais, descubro que ninguém que tenha tentado comprar suas entradas conseguiu. Mas como? Eu conheço muitos tricolores. Vários amigos meus também têm contato com torcedores do Fluminense. Apaixonada e ansiosa por ver seu time prestes a conquistar o maior título de sua história, a maioria da galera pó-de-arroz, sem dúvida, correria atrás de entradas para o jogo.

Assim, através do meu e-mail, procurei algumas pessoas e perguntei-lhes se conheciam alguém que tentou comprar ingressos no sábado com êxito. Minha modesta sondagem revelou que 16 pessoas tentaram comprar. Destas:

- 4 compraram com cambista
- 2 compraram porque um deles "era amigo de algum 'influente' do clube"
- 4 não conseguiram, além de "uma galera que ficou na fila e só conseguiu entrar na porrada"
- 1, sócio, comprou três arquibancadas, depois de cinco horas na fila nas Laranjeiras
- 1 está conseguindo "com alguém que conseguiu de alguma outra maneira e vai pagar o dobro"
- 4 conseguiram na fila de idosos, ou porque alguém foi junto, ou porque o próprio era o idoso (destes, 2 tinham tentado comprar na fila normal)

Resumindo:

- 1 conseguiu comprar após 5 horas na fila
- 7 conseguiram comprar, mas não foi na bilheteria
- 4 conseguiram comprar, usando a fila de idosos
- 4 não conseguiram comprar

Ou seja, a diretoria do Fluminense põe 69 mil ingressos à venda, tudo se esgota em uma manhã e somente uma em 16 pessoas sondadas conseguiu comprar ingresso normalmente. Segundo esta proporção, era necessário que houvesse mais de 1 milhão de pessoas na cidade querendo seus bilhetes. Acredite: a proporção pode ser maior, pois não incluí as pessoas com quem já havia conversado, antes de enviar o e-mail. E tem mais: das 16 que responderam, sete compraram com cambistas. Mas como os cambistas conseguem ingressos, se a venda era limitada a duas entradas por pessoa? Pelas contas do torcedor Pedro Lucas de Vasconcellos, em nota publicada pelo Juca Kfouri, as bilheterias precisavam atender duas pessoas por segundo. Uma fantástica rapidez que não correspondia à velocidade com que a fila andava.

Somente estas informações já seriam suficientes para iniciar, ainda que timidamente, uma investigaçãozinha, uma perguntinha à diretoria do clube, uma indagação à polícia militar, um questionamento à Suderj. Mas a vista grossa das autoridades e dirigentes é vergonhosa. Falta claramente vontade política para resolver o problema. Sabemos que, quando os poderosos botam mesmo a mão na massa, os resultados aparecem e até estranhamos quando parecemos viver numa sociedade civilizada. Com a omissão generalizada, estamos perto mesmo é da barbárie.

Quero ver na Copa de 2014 (hahahaha!). Lembra do Pan? Então.

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4 de jun. de 2008

Troféu com tinta tricolor

escrito por Raphael Perret @ 23:54 2 comentário(s)

Fluminense 3 x 1 Boca Juniors, Maracanã, segundo jogo da semifinal da Libertadores 2008, 04/06/2008


Quando Cícero começou a pedalar antes dos cinco do primeiro tempo, pensei: "Hummmmm, isso não vai dar certo". E não deu. O Boca Juniors dominou os 45 minutos iniciais e parte da segunda etapa, até fazer o primeiro gol com Palermo.

O Flu jogava mal, sem articular nada, e com um meio-campo entregue à marcação argentina. Até que apareceram os dois personagens que conduziram o Fluminense à decisão da Libertadores.

1) O jogador decisivo. Washington carregava a pecha de bom finalizador e artilheiro, porém omisso nas decisões. Foi assim com o Atlético-PR no Brasileiro de 2004, foi assim no próprio Flu nas semifinais dos turnos do Estadual. Porém, na Libertadores, mostrou estrela, força, coragem e... poder de decisão. Marcou dois gols contra o São Paulo e um golaço de falta contra o Boca, pouco depois do tricolor sofrer o gol. Dodô, também acusado de fugir da hora H, deixou sua marca importantíssima na quarta-de-final e na semifinal. O Fluminense prova que contratou certo para o ataque.

2) Sorte. Ou você acha que, sem ela, aquela bola metida por Conca e desviada por Ibarra entraria no gol? Ou você acha que, desprezando a sorte, o Fluminense empataria (tanto em Avellaneda quanto no Rio) logo depois de sofrer os gols do Boca? Ter sorte, no futebol, não é demérito nenhum. É um privilégio. É muito bom o time ter habilidade, competência... e sorte.

Enfim, 2 a 1 para o time brasileiro. Mas um gol argentino levaria a decisão pros pênaltis. Impressionante esse Boca Juniors: o time não se afoba, não corre e continua jogando como se a partida tivesse acabado de começar. Foi assim que chegou diversas vezes perto do empate, mesmo diante de uma poderosa retranca tricolor. E foi assim que o Boca Juniors consagrou Fernando Henrique e transformou-o, nesta noite, em um dos melhores goleiros do Brasil. Atuação soberba.

O tempo passou, o Boca não fez seu gol e, enfim, começou a se desesperar. Nisso, o Flu se aproveitou e fez 3 a 1, assim como poderia ter feito outros em seguidas bobagens da defesa boquense.

A atuação tricolor não foi magnífica. Mas a rapidez do time em reverter a vantagem, a sorte, sempre presente, a resistência feroz às investidas do Boca Juniors e a sensacional festa da torcida tornaram o jogo de hoje inesquecível.

Agora, o Flu aguarda o dia 25 de junho pra desafiar a LDU na grande final da Libertadores de 2008, em Quito. Exatamente onde tudo começou.

***

Melhor campanha, melhor defesa, maior goleada (e melhor atuação, indiscutivelmente), classificações épicas sobre monstros sul-americanos como São Paulo e Boca Juniors, final no Maracanã...

Vamos falar sério? Essa Libertadores está muito branca, verde e grená.

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30 de mai. de 2008

Xô, ressaca!

escrito por Raphael Perret @ 17:56 0 comentário(s)

Quando viram a tabela do Brasileiro, os dirigentes de Santos e São Paulo devem ter pensado:

"Puxa, vamos ter que entrar com os reservas no clássico, pois estaremos bem na disputa da semifinal da Libertadores!"

Pois vão os dois jogar com o que têm de melhor, porque foram eliminados da competição sul-americana e só disputam, neste momento, o Brasileiro. A coincidência ganha tonalidades mais vivas com a eliminação simultânea, na mesma fase, e de forma dramática. As conseqüências imediatas foram uma goleada acachapante sofrida para o Cruzeiro (Santos) e um empate morno com o Coritiba dentro de um Morumbi tristemente vazio (São Paulo). Em seguida, a demissão polêmica de um técnico e uma inexplicável e esquisita fritura de outro?

Estilhaços recolhidos, é a hora de trocar o vidro e seguir em frente. Para reconquistar a torcida, são necessárias vitórias. E é disso que ambos os times precisam, em má situação no campeonato, mesmo no início. Quem terá mais forças para reagir, num cenário que mistura a desconfiança dos torcedores e uma turbulência política interna? Vencer o clássico vai ajudar a esquecer a Libertadores. Empate ou derrota prolongarão a crise já instalada.

***

Outros jogos:

Sábado

Vasco x Grêmio - o Grêmio, com boa campanha, deve se aproveitar do marasmo vascaíno pós-Copa do Brasil

Figueirense x Goiás - cara de zero a zero, apesar da maravilhosa defesa do Figueira e seus dez gols em três jogos

Internacional x Sport - focado na decisão de quarta-feira, o Sport não deve fazer jogo duro com o Inter, que, depois de dois jogos, volta a Porto Alegre

Domingo

Náutico x Botafogo - ano passado foi 4 x 1, mas o Náutico tinha Acosta em excelente fase. Porém, diante de um adversário em movimento interno agitado, o Timbu deve ganhar

Ipatinga x Vitória - será que o Vitória deslanchou? Acredito na sua segunda vitória seguida

Coritiba x Cruzeiro - seria o jogo da rodada se o Coritiba tivesse mantido a boa atuação da estréia contra o Palmeiras. Convenhamos, mesmo assim, que será o adversário mais perigoso do Cruzeiro até agora

Fluminense x Flamengo - os reservas do Flu não têm demonstrado muita inspiração. Porém, diante do Flamengo, clube conhecido pelas surpresas que apronta à torcida, podem até ganhar

Atlético-MG x Portuguesa - sei não, mas esse jogo está cheirando ao quarto empate do Galo em quatro jogos...

Palmeiras x Atlético-PR - dois times que prometiam mas ainda não engrenaram. Acho que dá Verdão.

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29 de mai. de 2008

Fluminense: competente na defesa, sortudo no ataque

escrito por Raphael Perret @ 00:45 2 comentário(s)

Boca Juniors 2 x 2 Fluminense, Juan Perón (Avellaneda,ARG), primeiro jogo da semifinal da Libertadores 2008, 28/05/2008

O Boca insistiu nos lances aéreos, sobretudo pela esquerda. Era quase impossível superar a defesa do Flu no alto. Quando jogou tabelando, chegou ao primeiro gol. O que joga Riquelme é impressionante. Assim como espanta a frieza e maturidade do Boca. Reparem na comemoração do gol de abertura: um ou outro abraço e a volta rápida ao seu campo. Como se pensassem: "Ainda tem jogo".

No segundo tempo, o Flu só conseguia sair jogando quando o Boca errava um passe. Foi um massacre xeneize a etapa final, suportado a duras penas pela ótima zaga tricolor.

O Fluminense também contou com a sorte. Jogou bem na defesa, mas o ataque errou muito e criou pouco. Conseguiu seus gols em jogada de bola parada (que impulsão de Thiago Silva!) e num frango do goleiro Migliore, após chute de Thiago Neves.

***

Os gols do Boca também merecem atenção. Um saiu de uma jogada veloz, com inversão de lado e cruzamento rasteiro. O outro foi de falta, desviada na barreira. O Flu segurou a barra com firmeza. Se a bola passava da linha de zaga, não suplantava o goleiro Fernando Henrique.

Já os gols do Fluminense vieram em falhas de marcação da defesa do Boca Juniors. Isso não é menosprezar a qualidade ofensiva do time tricolor, mas uma constatação: a proteção ao gol de Migliore é deficiente. Se o Fluminense apertar e mantiver o equilíbrio atrás, ganha no Maracanã.

***

O time brasileiro teve um ótimo resultado. Ouço, na rua, os torcedores comemorarem como se o tricolor tivesse se classificado.

Porém, não pensem que é só administrar o jogo no Maracanã. Vai ser dureza. Veja o desempenho do Boca Juniors quando fez o segundo jogo fora de casa, nas últimas Libertadores:

2008
Oitavas: 2 x 1 Cruzeiro (2 x 1 em casa, classificou-se)
Quartas: 3 x 0 Atlas-MEX (2 x 2 em casa, classificou-se)

2007

Oitavas: 1 x 3 Vélez-ARG (3 x 0 em casa, classificou-se)
Quartas: 2 x 0 Libertad-PAR (1 x 1 em casa, classificou-se)
Final: 2 x 0 Grêmio (3 x 0 em casa, foi campeão)

2006 (não disputou)

2005 (disputou sempre a primeira fora de casa, eliminado nas quartas)

2004
Semi: 1 x 2 River Plate-ARG (1 x 0 em casa, classificou-se nos pênaltis)
Final: 1 x 1 Once Caldas-COL (0 x 0 em casa, foi vice nos pênaltis)

2003
Oitavas: 4 x 1 Paysandu (0 x 1 em casa, classificou-se)
Semi: 4 x 0 América-COL (2 x 0 em casa, classificou-se)
Final: 3 x 1 Santos (2 x 0 em casa, foi campeão)

2002
Quartas: 0 x 1 Olímpia-PAR (1 x 1 em casa, eliminado)

2001
Semi: 2 x 2 Palmeiras (2 x 2 em casa, classificou-se nos pênaltis)

2000
Semi: 1 x 3 América-MEX (4 x 1 em casa, classificou-se)
Final: 0 x 0 Palmeiras (2 x 2 em casa, foi campeão nos pênaltis)

Assim, em todas as edições da Libertadores de 2000 pra atual:

- nas 14 vezes em que jogou a segunda partida da fase mata-mata fora de casa, perdeu a vaga ou o título somente 2 vezes;
- quando não ganhou a primeira partida (7 vezes), classificou-se ou foi campeão em 5 oportunidades;
- quando empatou a primeira em 2 a 2, classificou-se ou foi campeão na casa do adversário.

Portanto, Fluminense, atenção com o Boca Juniors. É evidente que é possível superá-lo. Mas, como disse antes, vai ter que comer arroz, feijão e grama.

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28 de mai. de 2008

Uma quarta por três

escrito por Raphael Perret @ 13:07 0 comentário(s)

O único defeito desta quarta-feira é bem evidente: os três grandes jogaços de hoje ocorrem à mesma hora! Ao contrário de muitos comentaristas, não consigo ver mais de uma partida ao mesmo tempo. Se os jogos simultâneos são decisivos, a dificuldade aumenta, porque prefiro me concentrar nos detalhes de um confronto. E também não gosto de correr riscos de perder um lance capital no troca-troca de canais.

Como carioca e (soluço de tristeza) sem meu time participando desta quarta-feira mágica, é difícil escolher o jogo para assistir, já que cada um dos três envolve um clube do Rio.

Quer dizer, seria difícil. Seria se um dos jogos não fosse com um time argentino e valendo vaga na final da Libertadores.

É claro que vou curtir o primeiro jogo entre Boca Juniors e Fluminense. O princípio da confirmação de um favoritismo portenho ou de uma classificação inédita para a decisão mais importante do futebol sul-americano. Dois times que jogam pra frente, com volumes ofensivos consistentes e habilidosos. Se a defesa do Fluminense, a melhor da competição e comandada pelo excelente Thiago Silva, dá uma leve vantagem ao tricolor na comparação entre as equipes, a tradição e o peso da camisa contam a favor dos xeneizes.

Francamente, não existe a menor chance deste primeiro duelo incorrer na chatice tradicional dos jogos iniciais dos confrontos mata-mata. Aposto em qualquer resultado, menos no zero a zero, nem em uma vitória com diferença superior a um gol.

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A Fiel, como se esperava, lotará o Morumbi para empurrar o Corinthians à decisão da Copa do Brasil. É importante que a torcida paulista, porém, saiba que o Botafogo não é o Goiás, nem o São Caetano. O time carioca vai dificultar a tarefa do time de Mano Menezes e poderá aproveitar espaços na pressão que o Corinthians tentará impor desde o apito inicial.

Sofrer um gol exigirá equilíbrio do time (qualquer um dos dois). E aqui entrará o diferencial. Terá o Botafogo suporte psicológico para tal? Semana passada, o time virou o jogo no Engenhão. Conseguirá, caso tome um gol, no Morumbi? E a torcida corintiana, como agirá se o Botafogo abrir o placar?

Se o Botafogo marca o seu gol primeiro, se torna o favorito de vez. Neste momento, o favorito para a vitória é o Corinthians. Isso não quer dizer que será o Timão o finalista da Copa do Brasil.

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Entrar em campo precisando marcar três gols é um componente pesadíssimo para qualquer time. Inclusive para o Vasco, que entra em campo em seu famoso caldeirão, lotado e efervescente, com esse objetivo, caso queira disputar a decisão da Copa do Brasil.

Não duvidemos do Sport, que, não custa lembrar, eliminou Palmeiras e Inter, tomando apenas um gol ao todo nos dois jogos que disputou fora de Recife. Não duvidemos da história vascaína, que conta várias eliminações do time da Copa do Brasil em São Januário.

Porém, acredito na vitória vascaína. O passado do Vasco é recheado de gols, de equipes ofensivas, de ataques fulminantes. Com Edmundo, Leandro Amaral, Morais e Alex Teixeira em campo, o time deve manter a tradição de pôr a bola na rede adversária mais de uma vez em um jogo só.

***

Um ano depois de servir de coadjuvante no tal milésimo gol de Romário (foi em 20 de maio), o Sport volta a São Januário disposto a fazer história. Pro bem ou para o mal. Ou elimina o Vasco no Rio (o que não é novidade na história cruzmaltina) e se redime da participação de luxo na festa do Baixinho, ou é desclassificado numa vitória épica do Vasco, seja nos pênaltis ou não, dentro de um explosivo São Januário.

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23 de mai. de 2008

Os dois desafios do Fla: o Internacional e a própria torcida

escrito por Raphael Perret @ 17:06 0 comentário(s)

O destino foi gentil com os brasileiros e nos premiou, nesta rodada do Brasileiro, com um agrupamento dos - exatamente! - quatro times da Série A envolvidos em competições paralelas em dois jogos. Teremos, portanto, no final de semana, oito partidas onde ambos os adversários estarão realmente motivados.

O jogo em destaque acontecerá amanhã, no Rio de Janeiro. Mais uma vez, o Colorado está na berlinda. Em má fase, foi eliminado da Copa do Brasil, perdeu para o Palmeiras no Palestra Itália e ainda perdeu dois jogadores de marcação, além de contar com outros desfalques. As entrevistas de Abel, durante a semana, revelavam sinais de preocupação com o Flamengo, em busca de afirmação no Brasileiro. O rubro-negro tem dois desafios no sábado. Um, claro, é derrotar o Internacional, o que não acontece há cinco anos. O outro, e talvez mais difícil, é reconquistar a sua torcida, trunfo vital no Brasileiro do ano passado, e a quem reencontra depois do papelão de 7 de maio de 2008.

Como será a reação da massa rubro-negra? Irá ao Maracanã? Apoiará o time? Protestará? Lembro que, na trágica partida contra o América, mesmo com o placar definitivo, a torcida apoiou o time até o apito do juiz, fato impensável anos atrás, quando a impaciência surgia rapidamente nas arquibancadas à esquerda da tribuna do Estádio Mário Filho. Acredito numa reaproximação tranqüila, tímida e crescente. Uma vitória sobre o Inter, ainda considerado favorito ao título, ajudará, e muito, na reconciliação.

***

E os outros jogos?

Sábado

Vitória x Figueirense - o Vitória não engrena, enquanto o Figueira já começa a incomodar. Deve dar o time do sul.

Grêmio x Náutico - mais uma reedição da Batalha dos Aflitos. Ano passado, 4 a 3 pro tricolor gaúcho. Deve vencer de novo.

Domingo

São Paulo x Coritiba - frustrado com a eliminação da Libertadores, o São Paulo não deve conseguir nada além do empate com o bom time do Coxa.

Cruzeiro x Santos - protagonistas de bons jogos entre 2003 e 2004, não empolgam tanto quanto naqueles tempos. Deve dar Cruzeiro, apostando na ressaca pós-Libertadores do Peixe.

Sport x Fluminense - ambos vão de times mistos. O Flu vai ter Dodô. Mesmo assim, acho que dá empate.

Goiás x Ipatinga - se Fla x Inter é o destaque, este jogo vai passar despercebido. O Goiás deve sair da seca.

Portuguesa x Palmeiras - jogo interessante em São Paulo. O Palmeiras quer crescer, a Portuguesa quer mostrar que tem time pra ficar. Aposto no Verdão.

Botafogo x Vasco - o primeiro clássico carioca do campeonato vai ter times mistos. Que saco, hein? Zero a zero.

Atlético-PR x Atlético-MG - os dois atléticos precisam desfazer as más impressões iniciais e devem fazer um bom jogo. Acredito no Furacão.

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22 de mai. de 2008

O feriado é tricolor e carioca

escrito por Raphael Perret @ 00:09 1 comentário(s)

Fluminense 3 x 1 São Paulo, Maracanã, segunda partida das quartas-de-final da Libertadores 2008, 21/05/2008


Se o Fluminense for campeão da Libertadores de 2008, o jogo de hoje, contra o São Paulo, entrará para a história (se o Flu for eliminado, ninguém vai lembrar). Sofrer um gol que o desclassificaria, fazer um imediatamente depois e o derradeiro aos 47 do segundo tempo, de cabeça em cobrança de escanteio? É antológico.

Vibrem, tricolores, o feriado de Corpus Christi é todo seu.

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O Fluminense só foi pro ataque em três momentos: no início do jogo, quando sofreu o gol do São Paulo e quando Joílson foi expulso. Tirando estes períodos, o time das Laranjeiras parecia que se classificaria com o resultado que estivesse em andamento - o que só ocorreu quando Washington marcou seu golaço de cabeça.

Foi sofrido para o Fluminense. O São Paulo jogou com consciência, tocando a bola com tranqüilidade e se tornou ainda mais perigoso com a entrada de Aloísio no lugar de Dagoberto, fraco. Mas o que faltou ao Flu, no Morumbi, não foi escasso no Maracanã: raça. Mesmo sem a velocidade de que precisava, o time lutou muito, do goleiro ao ataque. Sabia da importância da partida, apesar de uma aparente preguiça em alguns momentos.

O São Paulo errou pouco, mas falhou nos momentos fatais. Cochilou nos dois primeiros gols. No terceiro, um vacilo triplo: Washington fez o gol marcado por três zagueiros.

Se, semana passada, a força de marcação venceu a técnica, hoje a garra superou a frieza.

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No Flu, Junior Cesar, Conca e, claro, Washington, foram os melhores. O São Paulo também não pode reclamar de Hernanes e Adriano.

Agora, é impossível entender como Richarlyson é titular do atual bicampeão brasileiro.

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Contra Santos ou América, o Flu é favorito.

Contra Boca Juniors, o tricolor vai ter que comer arroz, feijão, grama... O que vier.

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16 de mai. de 2008

Palmeiras e Inter em busca de tranqüilidade

escrito por Raphael Perret @ 19:12 0 comentário(s)

Duas trajetórias semelhantes se cruzam no domingo e compõem a partida mais interessante da segunda rodada do Brasileirão. Domingo, no Parque Antártica, duelam dois times que:

- foram campeões estaduais com goleadas nos jogos decisivos;

- são considerados favoritos ao título nacional;

- eram considerados favoritos ao título da Copa do Brasil, mas foram eliminados pelo Sport Recife, com derrotas incontestáveis na Ilha do Retiro;

- vêm de tropeços.

Palmeiras e Internacional têm o mesmo desafio, um contra o outro: confirmar a condição de postulantes a campeão brasileiro de 2008. A última partida de cada um diminui a margem de erro no jogo de domingo. Enquanto o time paulista perdeu para o Coritiba e evidenciou problemas na equipe de Luxemburgo, o Colorado foi eliminado na Copa do Brasil, numa derrota que deixou seqüelas no time e no técnico Abel Braga.

As conquistas regionais deram ânimo e a convicção da possibilidade do título. Enquanto não começa a Sul-Americana, os dois times não têm preocupações paralelas. Vencer o jogo de domingo vai dar tranqüilidade aos bastidores. É verdade que uma derrota não trará crises insustentáveis nem a Palmeiras, nem a Internacional. Mas pode abalar e gerar dúvidas no bom trabalho feito até aqui tanto por Vanderlei Luxemburgo quanto por Abel Braga.

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Outros jogos do campeonato:

Sábado

Sport x Vitória - tricampeão pernambucano, semifinalista na Copa do Brasil, ótima fase, jogando em casa... difícil segurar o Leão.

Cruzeiro x Botafogo - o Cruzeiro, despreocupado com qualquer outro torneio, deve vencer o time carioca, com a cabeça na Copa do Brasil

Vasco x Portuguesa - se o Vasco não poupar os titulares, deve ganhar com seu bom ataque

Domingo

Grêmio x Flamengo - jogo de alta expectativa, pois será a verdadeira estréia de Caio Júnior e o primeiro jogo pra valer do Grêmio

Goiás x Atlético-MG - dois times em má fase, ganha o menos pior. Pode ser a redenção do Galo

Fluminense x Náutico - mesmo privilegiando a Libertadores, o Flu tem time reserva para não perder do Timbu

Atlético-PR x São Paulo - o Tricolor não se dá bem na Arena da Baixada. Em semana de decisão da Libertadores, deve dar Furacão

Santos x Ipatinga - o decadente time mineiro deve dar algum trabalho ao Santos, que, no ano passado, também se poupando pra Libertadores, perdeu para o lanterna América-RN na Vila Belmiro

Figueirense x Coritiba - os dois times mostraram qualidades ofensivas na primeira rodada e podem fazer um jogo movimentado. Aposto em empate com 2 x 2 ou mais

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15 de mai. de 2008

Garra e marcação superam a técnica

escrito por Raphael Perret @ 00:13 0 comentário(s)

São Paulo 1 x 0 Fluminense, Morumbi (São Paulo), primeira partida das quartas-de-final da Libertadores, 14/05/2008


Deixar o São Paulo fazer 1 a 0 é erguer uma muralha na área adversária. Desde 2007 o time paulista é competente na defesa e sabe impedir gols. A vantagem, para quem enfrenta o São Paulo, é que o contra-ataque não é veloz. As desvantagens, porém, são mais numerosas: o tricolor do Morumbi é bom no jogo aéreo, nas triangulações e nas inversões de lado. Com Adriano (um tanque!) em boa forma, o perigo é multiplicado. Mas, ontem, foi atenuado com a imprecisão dos chutes e passes de Dagoberto, que perdeu um gol incrível aos 27 do segundo tempo.

A entrada de Conca no Fluminense era óbvia e necessária. Poderia ter ocorrido desde que o placar foi alterado, dada a dificuldade de entrada na área são-paulina. Com dois armadores e dois atacantes, além da subida dos laterais, o tricolor carioca poderia ter chegado mais ao gol de Rogério Ceni. A substituição só veio no meio do segundo tempo e se justificaria com uma boa atuação de Conca, mas, a meu ver, foi errada. Thiago Neves, embora atuando mal e com um cartão amarelo na conta, seria mais útil com a companhia do argentino, enquanto Dodô errava tudo e vinha sem ritmo de jogo.

Enfim, o time mais técnico não resistiu ao time mais forte na marcação. Além disso, o São Paulo mostrou mais raça e disposição, principalmente no primeiro tempo, quando ganhou a maioria das divididas. O famoso "detalhe" que faz a diferença nos jogos equilibrados esteve na garra dos paulistas.

O Flu pode reverter no Maracanã. Mas vai ter que partir com um volume ofensivo maior, para suplantar a robusta defesa do São Paulo.

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