BlogBola

Tentando dar alguma razão à emoção do futebol

30 de mar. de 2005

Façanha?

escrito por Raphael Perret @ 23:37 0 comentário(s)

Em determinado momento, o Equador vencia o Peru por 2 a 1 e o Brasil perdia para o Uruguai por 1 a 0. Os resultados deixavam o Equador com 22 pontos, em terceiro lugar, com dois pontos a menos que o time brasileiro, vice-líder das eliminatórias. Segundo Galvão Bueno, era uma "verdadeira façanha" a boa campanha equatoriana.

Mas não é a primeira vez. Ou o locutor esqueceu que o Equador se classificou em segundo lugar para a Copa de 2002, na frente até do Brasil?

O craque impopular

escrito por Raphael Perret @ 12:18 0 comentário(s)

O Ronaldo é um fenômeno. Não me refiro ao seu talento. Falo sobre sua estranha (falta de) popularidade.

Ele tem uma história bonita e memorável. Surgiu como uma grande promessa. Em 94, sem jogar, já era campeão mundial pela seleção. Rapidamente foi para a Europa. Na Copa de 1998, não atuou tão bem e sua presença na final continua cercada de mistério. Sofreu lesões que o deixaram inativo por muito tempo. Nas vésperas da copa do Japão e da Coréia não demonstrava ser o jogador decisivo de que o Brasil precisava. Contrariou a todos e foi o artilheiro da competição. Ele é destaque do Real Madrid e um dos mais queridos da torcida do time de "galáticos" que poucos títulos ganhou.

Em compensação, no Brasil não vejo muita simpatia por ele. Talvez por ter deixado o Cruzeiro muito cedo e não ter conquistado muita coisa em terra tupiniquim, não ocorre a identificação entre torcida e jogador que deveria existir entre fã e ídolo. Ronaldinho Gaúcho e Robinho me parecem ser muito mais queridos do que ele, mesmo com a pressão da mídia em torná-lo quase um Deus, Cicarellis à parte. Romário, em 94, foi muito mais idolatrado do que Ronaldo em 2002.

Mesmo com toda sua história de vida e sua consagração na Copa da Ásia, o Fenômeno não é o jogador dos sonhos da torcida brasileira. Não sei, pode ser impressão ou uma tentativa mal disfarçada de generalizar a minha opinião sobre o craque. Pra dizer a verdade, no fim das contas, sua popularidade (ou falta de) não importa muito. Quero mais que ele faça muitos gols hoje à noite, contra o Uruguai, em Montevidéu. Seremos gratos, assim como o fomos há três anos.

28 de mar. de 2005

O campo e o jogador

escrito por Raphael Perret @ 17:19 0 comentário(s)

O Maracanã é conhecido por ter um ótimo sistema de drenagem. Pode cair um temporal de 24 horas que o campo não alaga. Porém, no sábado choveu bem menos do que na sexta-feira e os jogadores de Vasco e Fluminense, toda vez que caíam no chão, levantavam com o uniforme completamente enlameado. É bom atentar para isso.

***

Com lama ou não, o jogador Gabriel está mostrando um fôlego invejável na equipe tricolor. Dizem que ele é lateral-direito, mas ele aparece na defesa, no ataque, na direita, na esquerda, no meio, marcando, armando e fazendo gols. Que grata surpresa o filho do Vladimir. É a revelação e um dos melhores jogadores do campeonato. Se o Fluminense ganha o título, deverá muito a Gabriel.

Talento e velocidade

escrito por Raphael Perret @ 17:13 1 comentário(s)

Não acho que o Parreira e seu esquema sejam os culpados pela magreza do resultado de 1 a 0 na vitória sobre o Peru. Diante de um ferrolho como aquele, é muito difícil criar uma boa jogada mesmo com a habilidade do ataque brasileiro.

A menos que o time articule uma tabeliha com rapidez, o que parecia impossível tamanho o sono com que os jogadores carregavam a bola no primeiro tempo. Ou a menos que alguém arriscasse uma jogada individual, um "partir pra cima", um "deixa que eu resolvo", que empolga a torcida e o time. Ou seja, quando alguém assume a responsabilidade e, velozmente, parte pra dentro da defesa para arriscar um chute ou deixar um companheiro em boa posição.

Essas iniciativas faltaram ao Brasil nos primeiros 45 minutos. O time chegava com a bola na entrada da área peruana e não sabia o que fazer. Trocava passes lenta e dispersivamente, como se jogasse para cumprir tabela de um torneio já sacramentado. Na segunda etapa, a coisa mudou. Robinho arriscou (ufa!) alguns dribles pela esquerda, Kaká se soltou e produziu bons lances pela direita e todos imprimiram mais velocidade no ataque. Conseqüências: um gol construído em boa triangulação e um pênalti absurdamente nãomarcado, fruto de uma trama costurada por Robinho e Ronaldinho Gaúcho.

O resultado foi justo em função da insistência do Brasil em buscar o gol, sobretudo no 2º tempo, em contraponto à covardia peruana. Contra o Uruguai, que joga em casa e deve ser mais ofensivo que o time de Paulo Autuori, a seleção brasileira terá que repetir a postura que adotou quando executou as melhores jogadas no Serra Dourada ontem: com talento e velocidade. Melhor ainda se Robinho for titular, já que ele mostrou disposição para correr e vontade de resolver.

23 de mar. de 2005

Merecimento

escrito por Raphael Perret @ 23:54 0 comentário(s)

A classificação do Vasco para as semifinais da Taça Rio, que antes parecia bem difícil, foi uma bênção para o clube de São Januário. Junto com Fluminense e, vá lá, o Flamengo, foi um dos times que mais evoluíram na segunda fase do Carioca, mais que o Botafogo. Enquanto o alvinegro esteve muito irregular, a ponto de cair de quatro diante do Flu, a única derrota do Vasco foi para a Cabofriense com falhas gritantes da arbitragem. Melhor para o Estadual, que só tem a ganhar com a semifinal entre Fluminense e Vasco, para Romário, que tem mais chances de se consolidar como o maior artilheiro de todos os Cariocas (justiça seja feita, é a melhor temporada do veterano desde 2002) e para o torcedor, que pode ver por pelo menos mais 90 minutos um dos melhores jogadores deste campeonato: Alex Dias.

Estamos chegando...

escrito por Raphael Perret @ 17:26 0 comentário(s)

Psiu. O BlogBola está voltando. Em breve, muito futebol, muita bola, muito apito e muito gol.