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Tentando dar alguma razão à emoção do futebol

26 de mai. de 2006

Passes curtos

escrito por Raphael Perret @ 15:25

Foi difícil escrever aqui durante a semana. Vamos ao que interessa, pela manjada e esfarrapada estrutura de tópicos.

- Mais uma vez, o Santos amarelou no Maracanã. Fez 2 a 0 rapidinho sobre um Flamengo perdidinho, perdidinho, armado estranhamente pelo técnico debutante Ney Franco, que tirou Obina para colocar o volante Léo Medeiros. O time bateu cabeça enquanto via Rodrigo Tiuí e Luis Alberto marcar seus gols. Pensando bem, também viu o próprio Luis Alberto e Maldonado se enroscarem e marcarem contra. No segundo tempo, Goeber revelou-se um jogador razoável, apesar de seu tamanho algo assustador. E o Flamengo chegou ao segundo gol em boa jogada pela direita, enquanto o Santos errou muito nas conclusões. Os rubro-negros, depois do empate, tentaram a virada, mas sequer conseguiam chegar à área santista, já que eram desarmados infantilmente no meio do caminho. Aos cariocas, valeu pela garra em buscar o empate. Aos paulistas, ficou a decepção de conquistar um ponto em dois jogos no Rio e nos quais foi superior. E a perda da liderança.

- Em Fortaleza, o Flu venceu categoricamente o time homônimo da cidade. Pelo que li, o tricolor foi objetivo nos contra-ataques e marcou na maioria das chances que teve, enquanto o Fortaleza pressionou, pressionou, pressionou e conseguiu dois gols. Pena que tenha tomado cinco. O Flu já esqueceu a Copa do Brasil. Mostrou-se um time frio e entra com gás no Fla-Flu do domingo, no qual é favorito.

- Muitas goleadas e poucas surpresas. O Cruzeiro começa a encantar, mostrando regularidade e um ataque eficiente. Ainda não despontou na liderança, seguido de muito perto por Fluminense e Internacional. Mas tem condições de se distanciar, por demonstrar mais equilíbrio e força do que os times carioca e gaúcho. O São Paulo meteu quatro a um no Palmeiras, que está muito perdido e precisa de muita paciência para sair da situação constrangedora de se localizar na zona do rebaixamento. O tricolor fez o que dele se esperava. O Santa Cruz não mostra nenhuma melhora e coleciona resultados negativos. O último foi uma goleada para o medíocre time do Juventude. O Botafogo, este sim surpreendentemente, goleou o Vasco por 4 a 1, com três gols de um misterioso e irregular Dodô. Para um time que era a pior defesa do campeonato, a goleada foi um sopro de vida e tanto, que lhe empurrou para fora da zona perigosa, e que ainda pôs o rival cruzmaltino bem perto dela.

- No domingo, o Internacional recebe o Cruzeiro. Na quarta-feira, o São Paulo pega o Fluminense. Na última rodada antes da Copa, no domingo, teremos Fluminense x Internacional. Jogos de pesos-pesados, envolvendo liderança. O Brasileiro não fica devendo em nada às expectativas do torcedor.

- Espantoso o clima de oba-oba da torcida brasileira em Weggis. Assim como espanta, também, o favoritismo do Brasil por todo o mundo. Quem aposta na seleção em Londres não ganha quase nada. Todos os técnicos acreditam que o hexa é perfeitamente possível. A perda será uma decepção tremenda para o país. A derrota, aliás, chega a ser algo inacreditável.

Sinceramente, não lembro de nenhum clima assim nas Copas que assisti com mais atenção. Em nenhuma delas, o Brasil chegou com tamanho favoritismo. Talvez em 1998, mas a campanha periclitante diminuiu as expectativas da torcida. Desta vez, a pressão será absurda e pode atrapalhar os jogadores.

Eu espero apenas uma coisa: que os jogos sejam emocionantes. Prefiro confrontos difíceis a apresentações contundentes. Os obstáculos mais sólidos tornam a campanha mais memoráveis. De 1994, quando todos os jogos depois da primeira fase foram complicadíssimos, tenho muito mais lembranças do que de 2002, ano em que o Brasil se sagrou campeão sem muitas dificuldades, a não ser no primeiro jogo contra a Turquia e nos confrontos com Bélgica e Inglaterra.

Por tudo isso que eu preferia que o Brasil fosse favorito... pero no mucho.

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