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Tentando dar alguma razão à emoção do futebol

21 de mai. de 2006

Azar do Santos, o melhor para o campeonato

escrito por Raphael Perret @ 23:03


O Santos tentou vencer no Maracanã, mas se esqueceu de combinar com a sorte


Dos três resultados possíveis para um jogo de futebol, apenas dois seriam justos para a partida entre Fluminense e Santos no Maracanã, hoje, pelo Brasileirão: o empate ou a vitória do time paulista. O Santos foi superior o tempo todo. Não se intimidou por ser visitante, jogou de igual pra igual com o dono da casa e não fez gol porque Fernando Henrique estava numa noite muito feliz. E o goleiro do Fluminense foi o único motivo que tornaria a igualdade no placar um resultado adequado.

Entretanto, o futebol é fascinante exatamente pelo imponderável. E este se apresentou no Maracanã, num lançamento despretensioso vindo do meio-de-campo, concluído em uma cabeçada do zagueiro Luís Alberto, capaz de deixar a bola no fundo da rede, inalcançável para Fábio Costa. A finalização mais eficiente das poucas que o Fluminense produziu.

E fez-se a injustiça.

(Fluminense 1 x 0 Santos, Maracanã, Rio de Janeiro, 21/05/2006, sexta rodada do Campeonato Brasileiro)

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O 1 a 0 foi muito oportuno para a maioria dos times do campeonato. Oportuno para o Cruzeiro, que é o novo líder, mas apenas no saldo de gols, já que empata em número de pontos com outros três times. Oportuno para o Fluminense, que bebeu muito na fonte da sorte, arrancou uma vitória em um jogo em que se apresentou disperso e errando demais e permaneceu nas bocas. Oportuno para o Internacional, que acabou mantendo-se entre os primeiros mesmo depois do vexame de sábado. E oportuno para o próprio campeonato, que não viu o Santos se distanciar na ponta e traz mais emoção às próximas rodadas, que definirão os novos líderes.

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O zagueiro Thiago, do Fluminense, precisa ser enquadrado urgentemente. Não sei se deve sair do time titular, ou se deve ouvir uma conversa a sós com o técnico. Uma medida, porém, se faz necessária. Suas reações tresloucadas em algumas jogadas não são surpresa. Desde o Campeonato Carioca ele já demonstrava muito nervosismo e, não raro, apelava para alguma violência nas divididas. Hoje, ele abusou, dando até cotovelada no atacante Wellington Paulista, do Santos. Durante a semana, contra o Vasco atrapalhou o Fluminense ao cometer um pênalti inacreditável, no fim do jogo. Se nada for feito, Thiago poderá ficar conhecido mais pelos problemas que causa do que pelo futebol que joga.

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No Mineirão, o Flamengo enfrentou o Cruzeiro sem medo. Não que tenha realizado jogadas magníficas, mas não abriu mão do ataque e, à sua moda, causou perigo ao Cruzeiro.

"À sua moda", aqui, significa: de forma atabalhoada, lentamente, mas tocando a bola consciência. Assim, marcou o primeiro gol, num cruzamento perfeito de Walter Minhoca para Diego Silva. Os gols da virada do Cruzeiro vieram em conseqüência da melhor qualidade do time mineiro e das freqüentes falhas da defesa rubro-negro nas bolas alçadas na área.

Depois, o Flamengo tentou muito e não desistiu em busca do empate. Não conseguiu, apesar dos bons chutes dos jogadores, que passaram perto do gol de Fábio. Houvesse Waldemar Lemos tirado Obina, e não Diego Silva, o Flamengo talvez tivesse melhor sorte. Resultado normal no Mineirão.

Mas está na hora do Flamengo perder fora de casa neste campeonato.

(Cruzeiro 2 x 1 Flamengo, Mineirão, Belo Horizonte, 21/05/2006, sexta rodada do Campeonato Brasileiro)

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Bastou o Vasco pegar um time razoável para perder sua longa invencibilidade, mesmo em São Januário.

Foi um resultado que serviu para acordar a diretoria vascaína. O time é melhor que o dos últimos anos e pode evitar que o clube não pague os micos que pagou nos mais recentes Brasileiros. Pode até ganhar a Copa do Brasil, já que o adversário não é de um nível melhor.

Contudo, não é a maravilha que os dirigentes e até o técnico pregam. Pra disputar o campeonato, este campeonato, é preciso melhorar muito.

(Vasco 2 x 4 Corinthians, São Januário, Rio de Janeiro, 21/05/2006, sexta rodada do Campeonato Brasileiro)

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Pra variar, a próxima rodada será quente.

Na primeira vez em que o Brasileiro terá jogos no meio de semana, um clássico paulista, com gosto de revanche, vai agitar a tabela: São Paulo x Palmeiras, no Morumbi. O tricolor pode chegar perto da liderança (mesmo em quinto, está a um ponto dela), ou o Verdão pode sair da zona de rebaixamento, projeto iniciado hoje, com a vitória esperada, porém difícil, sobre o Santa Cruz.

O Santos fica no Rio para pegar o Flamengo no Maracanã. Será o primeiro de três jogos do rubro-negro no estádio, onde está invicto. Uma bela chance para o time carioca se recuperar. O primeiro adversário é um velho carrasco, que espera melhor sorte em relação à derrota para o Flu.

E o Maracanã recebe mais um clássico regional, depois de vários outros nas últimas semanas. Botafogo e Vasco disputam um jogo depois de sérias derrotas. Não deve dar casa cheia, mas pode deixar um dos times em situação crítica.

Por fim, em São Paulo, um revigorado Corinthians pega o Internacional, ávido por uma reabilitação pós-goleada. E por uma vingançazinha pela polêmica derrota sofrida para o Timão no ano passado. Haja fôlego!

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Não sei se vocês repararam, mas tenho comentado pouco sobre a Copa do Mundo.

Claro, ela ainda não começou. Enquanto não rolar a bola, haverá pouco sobre o que escrever. Por ora, é muito oba-oba, muita especulação, muito falatório. Vamos esperar o juiz apitar o início de Alemanha x Costa Rica. Até lá, vamos acompanhando, quietinhos.

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