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Tentando dar alguma razão à emoção do futebol

20 de mai. de 2006

Vitória sofrida

escrito por Raphael Perret @ 19:09


Marcelinho vibra com o gol que marcou, o primeiro do Fla


Não, não deixei de escrever aqui sobre a vitória do Flamengo porque fiquei extasiado, comemorando há mais de 48 horas. Foi falta de tempo mesmo. E até falta de material, porque só pude ver o segundo tempo da partida. Para a transmissão do Sportv, o Flamengo não fez um bom primeiro tempo e o Ipatinga poderia ter saído commelhor resultado para o intervalo, mas ficou no 1 a 1, placar construído num gol de Camanducaia (sempre ele) e numa insistente tentativa do jovem lateral Marcelinho, que substituía Leonardo Moura.

Na segunda etapa, a partida estava parelha, sem grandes emoções e com pouca técnica, até que Jônatas fez boa jogada e achou Renato, que, de primeira, mandou no cantinho de Rogério Posso. Um golaço que fez a torcida explodir e incentivar o time.

E esse incentivo foi fundamental para a classificação do Flamengo. O Ipatinga tomou conta do jogo, chegou perto do empate - inclusive em um lance parecido ao gol do primeiro jogo, com Diego saindo atabalhoado e quase fazendo pênalti em Enrico - e o time carioca, ao contrário do Vasco da véspera, foi totalmente ineficaz em construir um contra-ataque decente. Lento e errando passes, desde o gol de Renato o Flamengo não chegou mais à meta adversária. Demonstrando inexperiência, com o relógio próximo do final os jogadores sequer tocavam a bola quando tinham o domínio, e sim tentavam avançar sem a menor organização. Se o Ipatinga não conseguiu marcar o seu gol, os motivos foram Diego, que evitou o pior, e a torcida, poderosa, inflamada, potente, que desconcertou os jogadores do clube mineiro.

Final de jogo, Flamengo classificado, sofridamente como sempre, decisão épica com o Vasco. O Maracanã terá duas quartas-feiras com lotação esgotada, para o delírio do torcedor carioca, para a felicidade do futebol brasileiro.

(Flamengo 2 x 1 Ipatinga, Maracanã, Rio de Janeiro, 18/05/2006, segundo jogo das semifinais da Copa do Brasil)

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Há um movimento pedindo que a decisão seja disputada ainda antes da Copa. Alega-se que as finais serem realizadas somente em julho esfriam o torneio.

Não sou contra e gostaria de ver logo a decisão, porém mais pela ansiedade do que pela racionalidade. Afinal, mesmo que os jogos ocorram somente nas datas marcadas, 19 e 26 de julho, a rivalidade entre os finalistas é tamanha que o clima de decisão se manterá intocável mesmo durante a Copa do Mundo. Não haverá a menor possibilidade de arrefecimento dos torcedores por conta da longa distância entre as datas marcadas e hoje. Além disso, o tempo é ideal para a recuperação de jogadores lesionados (o que interessa mais ao Flamengo neste momento, é verdade) e para a preparação para os jogos decisivos. E, pra terminar, sendo as finais somente em julho, os dois times não inventam história de colocar os jogadores reservas nas partidas restantes do Brasileiro antes da Copa.

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Desde 2000, quando o Vasco conquistou a Taça João Havelange e, vá lá, 2001, quando o Flamengo venceu a Copa dos Campeões, o futebol do Rio não arregimenta um título nacional. Já era hora. Independente do resultado, a vinda da taça da Copa do Brasil ao Rio fará ao Estado um bem danado.

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