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Tentando dar alguma razão à emoção do futebol

4 de mai. de 2006

Boa defesa, ataque nulo

escrito por Raphael Perret @ 01:08

Resultado mais provável do que o zero a zero com que nos brindaram Atlético Mineiro e Flamengo, impossível. O time mineiro entrou em campo precisando fazer três gols para se classificar para as semifinais da Copa do Brasil. Logo, entrou em campo nervoso. Dominou territorialmente, mas não conseguia sobrepor a defesa do Flamengo, que teve excelente atuação, sobretudo com Ronaldo Angelim e Léo. Quando teve a chance e já tinha vencido zagueiros e goleiro, Marinho cabeceou para fora. Estava claro que o Galo se entregava.

Se o ataque do Atlético não passava da linha da grande área, o do Flamengo era praticamente nulo. Só assustava quando o meio-de-campo se aproximava e, em bloco, o time oferecia algum perigo ao gol de Bruno. Os passes continuam saindo muito descalibrados e as seguidas chances de contra-ataque morriam ainda na intermediária do Atlético. Falta ao Flamengo um ataque mais entrosado, já que Obina e Vinicius bateram cabeça, e pelo menos um meio-campo que seja mais criativo. Os apoiadores atuais somente dão pro gasto.

Taticamente, o Flamengo se impôs e jogou com tranqüilidade. Despachou o Atlético Mineiro sem ter que correr muito. Para as fases seguintes, o time preocupa pela dificuldade em engrenar, do início ao fim, um contra-ataque minimamente perigoso.

(Atlético-MG 0 x 0 Flamengo, Mineirão, Belo Horizonte, 03/05/2006, segundo jogo das quartas-de-final da Copa do Brasil)

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Cinqüenta mil pessoas no Mineirão. Eu avisei. Antes do primeiro jogo, mesmo sem saber a ordem das partidas.

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Se o Atlético reclama da atuação do juiz na primeira partida, é a vez do Flamengo se queixar. Três impedimentos foram mal marcados e, por causa disso, um gol legítimo de Vinicius foi anulado. Uma prova de que erros sempre acontecem, sem que haja a intenção de se prejudicar deliberadamente um time.

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Waldemar pode ir preparando uma nova dupla de ataque para treinar. A cotovelada mal-sucedida de Obina no goleiro Bruno, flagrada pelas câmeras de TV, deve render ao atacante um bom gancho. Merece. Quando é que o jogador vai aprender que o cerco está cada vez mais fechado às agressões, com as inúmeras lentes que filmam os jogos?

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Como todos os jogos foram realizados no mesmo horário, não pude assistir totalmente às classificações de Fluminense, Ipatinga, São Paulo e Internacional. Pitacos rápidos:

1) Pelo que ouvi no rádio, o Cruzeiro jogou melhor e o Fluminense só venceu porque o time mineiro teve que se expor mais do segundo tempo em diante. Normal: a obrigação de vencer era do time de PC Gusmão. Lenny não sobressaiu, porque os adversários já começam a ver nele um atacante perigoso e passam a marcá-lo com afinco. Mais assustador é a fase de Petkovic. O sérvio não tem jogado bem, perdeu um pênalti da forma mais bisonha (chutando por cima do travessão) e, no lance do gol, furou o chute. Sorte que o Flu não perde há 13 jogos, comprovando que tem um time de qualidade e não depende exclusivamente dos dias felizes de Petkovic.

2) Somente Cléber errou o seu pênalti na disputa entre Ipatinga e Santos. Não acho que tenha cobrado mal, o goleiro Rodrigo Poço é que teve seus méritos. E o time de Minas mantém a recente tradição da Copa do Brasil abençoar clubes "pequenos". A classificação do Ipatinga nos fornece uma curiosidade: a final da Copa do Brasil poderá ser, pela primeira vez, ou entre dois times de um mesmo Estado (o Rio, no caso) ou, pela terceira vez consecutiva, entre um clube do interior e um clube do Rio.

3) O empate em 1 a 1 com o São Paulo era tudo do que o Palmeiras precisava. Perdia por 1 a 0 e o resultado que se formou com a certeira cabeçada de Washington enchia o palmeirense de esperança e, por todas as recentes circunstâncias, parecia ser a melhor maneira de o Verdão se classificar. Porém, como era de se esperar, em clássico decisivo ou acontece confusão ou acontece emoção. Ou ambos, até. Ainda mais se apitado por Wilson de Souza Mendonça, o mestre da medicina que no domingo impediu que Romeu, do Fluminense, atuasse com uma máscara permitida pela Fifa. Um pênalti polêmico (para mim, houve), com direito a repetição (muito justa) da cobrança por causa de paradinha e, depois, uma falta dentro da área graças a um recuo de bola para o goleiro (muito bem marcado, apesar do locutor da Sportv achar o contrário, argumentando estranhamente que, como Rogério Ceni trouxe a bola de um lado para o outro, não se configuraria o recuo). Ainda teve expulsão depois do apito final. No fim das contas, São Paulo classificado, conforme o esperado.

4) Depois que virou um jogo em Montevidéu, o Inter não precisava fazer mais nada em casa. Não fez: ficou no 0 a 0 e passou às quartas da Libertadores.

(Fluminense 1 x 0 Cruzeiro, Maracanã, Rio de Janeiro, 03/05/2006, segundo jogo das quartas-de-final da Copa do Brasil)

(Ipatinga 1 x 1 Santos, 5 x 3 nos pênaltis, Ipatingão, Ipatinga, 03/05/2006, segundo jogo das quartas-de-final da Copa do Brasil)

(São Paulo 2 x 1 Palmeiras, Morumbi, São Paulo, 03/05/2006, segundo jogo das oitavas-de-final da Taça Libertadores)

(Internacional 0 x 0 Nacional-URU, Beira-Rio, Porto Alegre, 03/05/2006, segundo jogo das oitavas-de-final da Taça Libertadores)

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