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Tentando dar alguma razão à emoção do futebol

10 de jun. de 2006

Defesa consistente... e azarada

escrito por Raphael Perret @ 15:23


Gamarra (4) sobe para cortar cruzamento de Beckham e marca contra:
azar castiga o Paraguai


Inglaterra e Paraguai são duas seleções conhecidas pelas defesas consistentes. Uma é tradicional, a outra é mais moderna. Era de se esperar que o placar do jogo tivesse poucas alterações no decorrer dos 90 minutos.

Desta vez, tanto um time quanto o outro possuem qualidades à frente da zaga. O meio-campo britânico é talentoso, acerta os passes e tocam a bola até com uma certa elegância. Já o ataque paraguaio é formado por dois bons jogadores, Roque Santa Cruz e Valdéz.

No jogo, prevaleceram a força da camisa inglesa e a superioridade do meio-campo da seleção européia. O primeiro tempo foi dominado inteiramente pela Inglaterra. O Paraguai jogou muito recuado, tímido, medroso até. Os britânicos se impuseram e chegaram mais perto do gol. O time de Beckham só não fez mais porque, como disse um amigo meu, durante a Copa de 98, a Inglaterra não tem atacante, tem meio-campo ofensivo. A análise é pertinente se transplantada pro jogo de hoje. Crouch parece que vai se espatifar a qualquer momento, de tão desengonçado que é. E Owen teve uma atuação completamente nula. Além disso, na frente da área paraguaia, os jogadores ingleses só assustavam quando chutavam de longe. No máximo, executavam sua centenária jogada de cruzamento. Pena que tinham à frente uma defesa bem qualificada, que teve muita infelicidade no lance do gol.

Cientes de que poderiam empatar, os paraguaios tomaram conta da partida. Imprensaram a Inglaterra na área e seu ataque era mais ousado do que o adversário, ao tentar penetrações verticais que os ingleses não experimentaram em todo o jogo. O problema é que Roque Santa Cruz estava apático. Valdéz, extremamente afoito, jogou por dois e, assim, não tinha condições de superar a sólida muralha inglesa. O técnico Aníbal Ruiz fez boas substituições que aperfeiçoaram o posicionamento do Paraguai, mas nada capaz de marcar o gol. Neste cenário, a Inglaterra fez o que lhe cabia - e o que sabe fazer: jogou atrás, e partia pro contra-ataque, alavancado pelos ótimos passes de Beckham e Lampard, visando apenas aos chutes de fora da área.

Fim de papo, a Inglaterra mostrou algum talento, mas um ataque capaz de ser anulado com alguma facilidade. Já o Paraguai tem condições de jogar melhor do que hoje, se mantiver a calma e entrosar o ataque. Algumas mudanças no time titular podem ajudar.

(Inglaterra 1 x 0 Paraguai, Frankfurt, primeira fase da Copa do Mundo)

***

Embora o jogo não tenha sido dos mais pacíficos, os ingleses sofreram quedas e aparentaram muita dor em choques pouco ou nada violentos. Pode ter sido coincidência ou até mesmo cera, mas pareceu que tem alguma coisa errada na preparação física dos jogadores da Inglaterra.

5 Comentários:

Em 23:05, Anonymous Anônimo falou...

tô virando um comentador assíduo. mas é tudo fingimento, esse se importar com copa do mundo.

mas vale que a impressão que tô tendo é que se o exemplo do São Caetano tivesse atingido as seleções americanas, os europeus se enrolariam bastante. os times são limitados, mas onde está a vontade de jogar uma copa do mundo? cadê o sangue?

o melhor jogo até agora foi o da Argentina. concorda?

 
Em 11:57, Blogger Raphael Perret falou...

Concordo plenamente. Foi um bom jogo, inclusive, embora eu tenha assistido direito só o primeiro tempo. Acabei de ver o da Holanda e foi chato. Só esse Robben é que joga bem.

 
Em 18:03, Blogger Daniel F. Silva falou...

Concordo com vocês. Gostaria de destacar o jogo Austrália 3 x 1 Japão, um jogo altamente equilibrado que foi estragado pela péssima arbitragem (que não apontou falta no gol japonês e ignorou um pênalti escandaloso cometido por um australiano).

 
Em 21:02, Anonymous Anônimo falou...

nossa. creio que deve ter tido um momento que o Zico abaixou a cabeça e chorou. chorou pq armou um time pra jogar futebol e enfrentou um time de rugby. a Austrália batia até quando apanhava. chorou pela inocência de seu time. chorou por não ter como mudar o panorama do jogo.

e, contrariando o Falcão (a Globo proibiu falar mal das seleções?), mesmo que os japoneses não fizessem falta no lance do gol, aquele goleiro saiu mal (que nem o japonês) e ia catar vento..

 
Em 22:50, Blogger Raphael Perret falou...

Na boa? Eu não daria falta no goleiro. Infelizmente não vi direito o jogo.

 

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