BlogBola

Tentando dar alguma razão à emoção do futebol

19 de out. de 2005

Futebol e vida

escrito por Raphael Perret @ 17:13

Torcedores de Vasco e Flamengo se provocam pelo Orkut e prometem briga no clássico de São Januário. Deve ser muita falta do que fazer marcar um duelo com alguém por causa de futebol. Assim como só um ócio ilimitado explica a presença de torcedores do Botafogo no treino de segunda-feira à tarde (!) para "exigir explicações" do técnico. E alguns parafusos a menos na cabeça talvez justifiquem a selvageria que, em menos de 24 horas, matou três torcedores em São Paulo.

Olha, eu adoro futebol. Sou capaz de ver jogo entre dois times da Segunda Divisão na primeira rodada. Gosto de discutir o esporte, de ler os colunistas, de acompanhar as notícias do meu clube. Mas daí a colocar o futebol como o maior objetivo da vida vai uma distância imensurável. O que se ganha em levar às extremas conseqüências o amor pelo Flamengo ou por qualquer outro time? Ele perder de 6 a 1 do São Paulo no Rio ou ganhar o título brasileiro pela quinta vez não desemprega ninguém, não me faz perder a namorada de ninguém, não tira a vaga na faculdade de ninguém, não influencia em nada a vida particular de ninguém. Por que, então, as pessoas levam o futebol tão a sério? Por que exacerbam a paixão clubística de forma a transformá-la em ódio?

Preocupante é saber que os usuários de internet, no Brasil, são em sua maioria mais instruídos e que uma parcela deles planeja transformar a cidade em campo de batalha por causa dessa meleca chamada futebol. Bem, são também os instruídos que dão mais votos ao "Não" no referendo de domingo. Às vezes, essas novidades param de surpreender e se tornam bem coerentes.

***

Leio que Márcio Braga convidou os ex-presidentes Kleber Leite e Hélio Ferraz a ajudá-lo na recuperação do Flamengo no Brasileiro.

Os dois devem ter muito a contribuir mesmo. Kléber Leite foi presidente do rubro-negro entre 1995 e 1998. Ganhou um Campeonato Estadual, em 96, mas é lembrado mais como o dirigente que repatriou Romário e negociou 100 jogadores em um ano. Hélio Ferraz substituiu Edmundo Santos Silva, que sofreu impeachment, e presidiu o Fla entre 2002 e 2003. Não se registra nenhuma conquista importante sob sua gestão.

1 Comentários:

Em 20:17, Blogger Daniel F. Silva falou...

Pessoal, alô! Vocês não vão atualizar, não? O pau comendo no Brasileirão e o BlogBola paradinho da Silva...

 

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