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Tentando dar alguma razão à emoção do futebol

6 de out. de 2005

Rodada cabeça

escrito por Raphael Perret @ 15:23

Os jogos de ontem chamaram a minha atenção porque muitos gols foram feitos de cabeça (acho que só reparei nisso porque vi os melhores momentos sem o som da TV e, assim, pude prestar mais atenção no efeito visual das jogadas, sem a influência do locutor da notícia). O Internacional fez 3 a 0 no São Paulo graças às cabeçadas de Fernandão (duas) e Rafael Sóbis. O Flamengo, que raramente faz gols, só ontem marcou dois de cabeça, o que também é incomum, na vitória de 3 a 2 sobre o Brasiliense. E dois notórios baixinhos também deixaram seus registros com o cucuruco: Romário (Vasco 3 x 3 Cruzeiro) e Juninho (Palmeiras 5 x 3 Paysandu).

***

Nas prospecções sobre o futuro dono do título do campeonato, os analistas sempre citam Corinthians, Santos, Fluminense e Internacional e, às vezes, o Palmeiras. As avaliações deixam de fora o Goiás, atual vice-líder do Brasileiro, responsável por uma ótima campanha no torneio. Acreditam os comentaristas que falta estofo, falta cacife ao time do Centro-Oeste ante os outros clubes favoritos.

Pura balela. Dizem isso porque simplesmente não vêem os jogos do Goiás e não sabem dizer se as atuações do time são realmente boas. Como se trata de um clube fora do eixo e com nenhum título nacional na Primeira Divisão, os analistas defendem a "teoria tradicionalista", de que os times "pequenos", na hora H, amarelam.

Há algum tempo eu fazia parte dessa corrente. Entretanto, dois fatos mostram que a "teoria tradicionalista" não cabe, pelo menos, no Brasileiro de 2005. Primeiro, porque times de médio porte têm conquistado recentemente títulos nacionais importantes, como as duas últimas Copas do Brasil e o Brasileiro de 2001, vencido pelo Atlético Paranaense (com Geninho no comando, atual técnico do Goiás) e disputado com o São Caetano, ambos clubes que não tinham grandes troféus até então. Segundo, ignorar clubes médios é uma furada porque faltam onze rodadas para o fim do campeonato, times que pareciam disputar a liderança já ficaram para trás, como Ponte Preta, Juventude e Paraná, mas o Goiás permanece nas cabeças. Logo, desprezar a força do Goiás, vice-líder do Brasileiro depois de 70% das rodadas já disputadas, é perigoso.

1 Comentários:

Em 23:46, Blogger AL-Chaer falou...

Caro Raphael,

Não posso deixar de dizer que esta análise está perfeita e justa e, "obrigado pela parte que me toca".

Eu acompanho o Futebol e o Goiás desde 1973.

Sei que ainda é cedo para se falar em conquista do título. Mas, o Goiás, há mais de 10 rodadas está verdadeiramente disputando este título do Brasileirão de 2005.

Comparando com os elencos de 2004 e 2003, o atual é inferior. Os técnicos que tiveram destaque recente no Goiás (anteriormente ao Geninho) foram Cuca e Celso Roth. Geninho tem uma postura mais (bem mais!) equilibrada. Isto traz tranqüilidade aos jogadores.

Todos os jogos são decisivos, mas uns são "mais decisivos" que os outros. Por exemplo: se o Goiás quiser ser campeão, TERÁ QUE VENCER Inter, Fluminense e Corinthians no Serra Dourada. Pode ser que, na última rodada (contra o Corinthians) já esteja tudo definido, mas pode ser que - por outro lado - esta partida seja a GRANDE DECISÃO do campeonato.

A novidade, nesta edição, é que o Goiás tem vencido adversários, que tradicionalmente tinha dificuldades de vencer mesmo jogando em casa (exemplo: Coritiba, Paysandu, Atlético-PR, Fortaleza).

Outra, o Goiás tem vencido por "placares apertados" em várias rodadas. Parece (eu disse pa-re-ce) "sorte de campeão".

Pelo menos até agora, o Goiás tem se mantido no páreo, no pelotão de frente.

Se fosse uma Maratona (e até que a comparação procede, pois são 42 rodadas), eu diria que o Goiás tem tido uma ótima performance.

Tá na hora de ver se o MEU GOIÁS tem "sprint"...

AL-Bra©os
AL-©haer

 

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