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Tentando dar alguma razão à emoção do futebol

14 de out. de 2005

Brasileirão – 2005 – torcedor x cronista

escrito por AL-Chaer @ 00:36

AL-©haer

Comecei a assistir ao jogo (remarcado) Santos x Corinthians como um torcedor. Do Goiás, claro!

E, como torcedor do Goiás, a minha linha de pensamento-esperança é ver o Goiás confirmar seu favoritismo dentro do Serra Dourada e, ainda, vencer partidas fora de casa, para se manter na luta pelo título. Fácil, né? Mas, sei que isto não basta. Tenho que torcer contra o Corinthians. E muito. Principalmente nos “clássicos” que o Corinthians irá realizar, sendo que dois destes são os jogos remarcados do Corinthians (um contra o Santos, já realizado, que já sabemos o resultado e outro a ser realizado contra o São Paulo). No meio destes dois jogos remarcados, ainda uma partida contra o arqui-rival Palmeiras, que é o time que mais vem crescendo na competição, aliás o Palmeiras é o time que engatou uma “quinta” e vem atropelando. Ou, seja, não adianta que o Goiás vá vencendo seus jogos, se o Corinthians assim também o fizer, pois na última rodada, a partida entre Goiás e Corinthians, no Serra Dourada, pode ser um amistoso, já com o Corinthians Campeão.

Então, contra o Corinthians, torci muito para o Santos. O que não é tarefa difícil, pois confesso que dos times paulistas, o Santos é o que tenho maior simpatia. E, razões históricas são muitas para tal, principalmente pelos jogadores que passaram pelo Santos nestes 32 anos que acompanho futebol. Citando alguns: “O REI”, Edu-o-entortador, Clodoaldo, Ailton Lira, Pita, Rodolfo Rodrigues, Amoroso, Giovanni, Léo, Robinho.

Mas, nesta partida remarcada, mesmo o time do Santos abrindo o marcador, não senti “firmeza” na equipe. O resultado favorável era bom demais para o meu Goiás, mas eu “confiava desconfiando”, típico de torcedor. E o Corinthians empata e o jogo e vem o intervalo.

No segundo tempo, o mesmo panorama, mas tive que admitir que o Corinthians é bem melhor que o Santos, mesmo jogando na Vila Belmiro.

Eis que Luizão entre em campo. O que vi, na sua primeira intervenção (sem a bola, sem ter tocado nela) foi simplesmente pa-té-ti-co. Revelando-se totalmente desequilibrado emocionalmente, desferiu – infantilmente – duas cotoveladas no seu marcador e foi justamente expulso de campo. Melancólico, para um jogador que já esteve na Seleção Brasileira. Como torcedor, xinguei o Luizão de “tudo quanto é nome”.

Com um jogador a mais, o Corinthians, que já era melhor, passou a encurralar o time do Santos na sua defesa. O Santos encolheu e parecia que, a qualquer momento, o Corinthians viraria o marcador. Para surpresa e alegria minha (eu que “secava” o Timão) o Santos marca o segundo gol, aproveitando-se de uma falha da defesa do Corinthians. Olhei o tempo. Tava cedo para comemorar a vitória do Santos-Goiás.

E o que vi, depois, foi um massacre do Corinthians que, merecidamente, marcou dois gols, um deles de pênalti, claríssimo. Pênalti claríssimo por dois motivos: 1. Zé Elias empurrou o atacante Nilmar dentro da área; 2. Duelo entre Nilmar e Zé Elias só é vencido pelo Zé Elias se for fazendo falta, pois a categoria de Nilmar é infinitamente superior à de Zé Elias.

Saída de meio-de-campo para o Santos: o Giovanni dá um bico para a lateral...e começa a invasão de campo por torcedores.

Então eu tive que abandonar minha condição de torcedor (claro, a “vaca já tinha ido pro brejo”) e passei a ver e rever tudo como cronista.

Como cronista, vemos que a equipe do Santos só venceria a equipe do Corinthians com a interferência (mal-intencionada e/ou por erros) da arbitragem, o que deve ter ocorrido na partida que foi anulada. Ou, para usar de um chavão: “se jogassem 10 vezes, o Corinthians venceria 9”.

Como cronista, vemos que a Vila Belmiro, palco de partidas históricas do Peixe de Pelé, Robinho e Cia, infelizmente, não comporta a fúria de sua torcida. E, como ocorreu na edição do Brasileirão de 2004, a equipe do Santos deve ser punida severamente, pelos acontecimentos (recorrentes) promovidos pela sua torcida.

Como cronista, o que Luizão e Giovanni protagonizaram hoje está entre o que de pior já aconteceu neste Brasileirão. Toda a fúria da torcida do Santos deveria ser canalizada para condenar a atitude de Luizão, que – decisivamente – iniciou a construção da derrota do Santos. Quanto a Giovanni, craque com a bola nos pés, contudo, tem cérebro de ervilha, pois o chute que deu para a lateral foi o estopim para incitar mais ainda a torcida (que questionava a marcação do pênalti, que resultou no terceiro gol do Corinthians) e o resultado foram as sucessivas invasões de campo, que inviabilizaram a continuidade da partida.

Como cronista, o Corinthians abriu 6 pontos de vantagem sobre o Goiás e, a não ser que haja uma reviravolta, destas catastróficas, vai ser muito difícil tirar este título do Corinthians.


Mas, como torcedor, eu finalizo esta crônica, esperando que, na próxima rodada, o Goiás vença o Santos lá na rinha da Vila Belmiro e, que o Palmeiras (vamu lá parmêra!) vença o Corinthians.

E, depois, que o São Paulo (Time B do Goiás, leia-se Fabão, Josué, Danilo, Grafite lesionado...) vença o Corinthians.

Clássico é Clássico. E tudo pode acontecer. Por quê não?

Torcedor é torcedor é torcedor é torcedor.

Sem esquecer que o Goiás tem que vencer o Corinthians na última rodada...haja calculadora!

AL-Bra©os


2 Comentários:

Em 18:50, Blogger Daniel F. Silva falou...

O que eu acho disso tudo é que as atuações da arbitragem nos jogos remarcados, ironicamente, acabaram sendo piores que as do Edílson Pereira de Carvalho nas partidas originais. Será que os árbitros estão sentindo a pressão? Eu escrevi a respeito deste assunto no Golblog.

 
Em 06:30, Anonymous Anônimo falou...

voltou, grande amigo? que bom!

 

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