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Tentando dar alguma razão à emoção do futebol

9 de mai. de 2005

Sem meio-campo

escrito por Raphael Perret @ 00:29

No único contra-ataque realmente veloz do Flamengo, Obina traz a bola e tem à frente um zagueiro e dois colegas, um de cada lado. Não se sabe se ele tentou tocar pra um deles ou se adiantou demais. Só se sabe que a bola parou nos pés de Élder Granja, que atravessou todo o campo sem muito trabalho, lançou o clone de Taffarel, Gustavo, que dominou e fez um belo gol da entrada da área.

Está resumido acima o único lance interessante do jogo entre Flamengo e Internacional. Se você perdeu a partida, jogue suas mãos para o céu. Sofridos aqueles que trocaram o dia das mães pela pobreza que foi o evento realizado no Beira-Rio na tarde deste domingo.

Os gaúchos dominaram territorialmente, mas sentiram falta de Fernandão e finalizaram pouco. Já os cariocas... Bem, durante a semana ouvi que, nos treinos, houve jogadas ríspidas, marcação dura, etc. No jogo, o time entrou até compacto na defesa e dificultando a ação do Colorado. Entretanto, não vi marcação alguma. Dura, então, só a partida mesmo, que foi dura de ver. A bola sobrava para o Flamengo somente nos passes errados do Internacional. E, mesmo assim, a bola nos pés era um problema para alguns jogadores. Jônatas, por exemplo, não sabia o que fazer com ela. Em geral, ele, tonto, seguia em frente e deixava ela pra trás.

A defesa continua com os chutões a esmo. É uma tática simples, mas ineficiente, pois a bola sempre chega em vantagem para os adversários. E, pasmem, consegue ser a melhor forma para a bola chegar ao ataque. O meio-campo do Flamengo deixou de ser indigente. É inexistente, mesmo. Os volantes e os zagueiros ficam dentro da área e os atacantes permanecem no campo adversário. Assim, a bola nunca chega à frente em boas condições e criar uma chance de gol só mesmo com muito tempo de jogo. Os rubro-negros deram seu primeiro chute aos 38 minutos do segundo tempo.

Enquanto o Flamengo (não) tiver um meio-campo como esse que entrou em campo hoje, vai ser difícil articular uma jogada e fazer um mísero gol. Só mesmo em lances de bola parada. Aliás, como foram os dois gols do time no campeonato agora.

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José Roberto Wright considerou que o juiz Paulo César de Oliveira se equivocou nos seus critérios, ao expulsar Júnior, do Flamengo, por duas faltas, enquanto o jogador Edinho, do Inter, distribuiu pontapés e puxou camisas e somente muito tempo depois recebeu o cartão amarelo.

Isso só ratifica minha opinião já manifesta sobre o atleta colorado.

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Grande estréia de Paulo Autuori pelo São Paulo. Independente do contexto em que foi realizado o clássico, golear o Corinthians por 5 a 1 em seu primeiro jogo é prenúncio de bons tempos.

Autuori é um dos melhores técnicos do Brasil. Apesar da linguagem rebuscada, consegue criar um espírito de equipe nos times que dirige e alça grandes vôos com elencos limitados. Foi assim que ele conquistou um Brasileiro pelo Botafogo (1995) e uma Libertadores pelo Cruzeiro (1997, mesmo ano em que levou um medíocre Flamengo às semifinais do campeonato nacional).

O São Paulo começou mal o Brasileiro, mas prefiro acreditar que tenha sido graças ao trauma pós-Leão. O time é bom. Um comandante competente pode devolver a pecha de favorito ao tricolor. E Autuori começou bem este processo.

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O Santos jogou pouco, mas muito pouco. O suficiente para derrotar o Atlético-PR na Vila Belmiro por 2 a 1, no sábado. O Furacão não é nem 40% do time envolvente, veloz e forte que dominou boa parte do Brasileiro de 2004. O deste ano, aliás, não tem nada de furacão. É lento e frágil. Jogou desfalcado, é verdade, mas a amostra de sábado não dá nenhuma segurança aos seus torcedores, que ainda esperam algum sucesso não só neste campeonato como também na Libertadores.

Importante observar que o Santos, mesmo sem alguns titulares, consegue ser regular o tempo todo. É o time mais seguro do Brasil, no momento.

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Acabo de ver, ao vivo, o gol que o atacante Giovani perdeu debaixo da trave no jogo entre Brasiliense e Atlético Mineiro, no Mineirão. Era melhor aproveitar a linha de fundo e sair de fininho...

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Três rodadas, três vitórias, incluindo um jogo fora de casa e um clássico na casa do adversário. O Botafogo continua surpreendendo.

Ou será que, a essa altura, vitórias alvinegras ainda surpreendem? Sejamos justos: PC Gusmão está fazendo um ótimo trabalho numa equipe que saiu do Estadual e da Copa do Brasil com o orgulho ferido.

E palmas também para a diretoria pela contratação de Nilton Santos como consultor. Mesclar juventude com experiência, mesmo fora de campo, é fundamental para o sucesso. Golaço do Botafogo.

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Não acompanhei direito os jogos das 18 horas. Registros tímidos: a ótima campanha do Fluminense, com sua terceira vitória em três jogos, curiosamente a terceira por 2 a 1 (mas parece que foi apertada e difícil, tanto quanto a última, sobre o Paysandu, em Belém); o esquisitíssimo gol contra que favoreceu o Brasiliense diante do Galo (jogos entre os dois times estão se tornando folclóricos); e o come-quieto São Caetano, invicto e que venceu a primeira.

3 Comentários:

Em 20:41, Blogger Daniel F. Silva falou...

Opinião sobre o Edinho do Internacional? O único Edinho que vi naquele post foi o técnico do Atlético-PR...

 
Em 23:14, Blogger Raphael Perret falou...

Daniel, o link está correto. Quando comento o jogo entre Internacional e Botafogo, eu escrevo: Pena que a torcida gaúcha vibre com os lances agressivos protagonizados por Edinho, que às vezes esquece a bola, derruba o adversário e ainda reclama da marcação da falta.

Mas entendo o seu comentário, o texto está muito comprido e é difícil achar o trecho.

 
Em 19:16, Blogger Daniel F. Silva falou...

Ah, bom!

 

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