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Tentando dar alguma razão à emoção do futebol

5 de mai. de 2005

Ecos da Copa do Brasil

escrito por Raphael Perret @ 14:13

Uma das coisas mais inexplicáveis para mim, quando garoto, foi a queda do Grêmio para a Segunda Divisão, em 1991. Nada me justificava o descenso de um dos times mais tradicionais do país. Entretanto, era fato. Começava uma nova era no futebol brasileiro, na qual a camisa deixou de ser motivo para impedir o rebaixamento de um clube.

O breve período na Segunda Divisão fez um bem danado ao Grêmio. Vide as conseqüências: o time retornou à elite do futebol em 1993 (numa artimanha da CBF, mas isso não vem ao caso) e, desde então, tornou-se um dos mais poderosos clubes do Brasil nos anos 90 e início do século XXI. Não à toa ganhou três Copas do Brasil, tornando-se o primeiro tetracampeão do torneio, um Brasileiro e uma Libertadores. Além disso, lançou para o país o técnico Luís Felipe Scolari e o craque Ronaldinho Gaúcho e estabeleceu o chamado estilo gaúcho de jogar: muita raça, muita força, marcação dura (e, não raro, desleal) e um futebol vencedor.

Mas como a vida é repleta de ciclos, muitos erros foram cometidos nos últimos anos. A conseqüência foi a pífia campanha do Grêmio no Brasileiro do ano passado, culminando com mais um rebaixamento para a Série B. A diferença para treze anos atrás é que o time gaúcho não parece estar pronto para voltar à Primeira Divisão.

O Fluminense ontem jogou mal e mesmo assim ganhou de 1 a 0 do Grêmio. Méritos pro tricolor carioca. Porém, difícil não perceber como o elenco gremista é inseguro e fraco, fraco. Com apenas duas vagas para a classificação para a Série A, levar o Grêmio adiante será uma tarefa complicada. Resta à torcida comparecer aos estádios e incentivar o seu querido e grande clube. O que ela fez sempre, é verdade, conforme canta o belíssimo hino tricolor: "Até a pé nós iremos/Para o que der e vier/Mas é certo que nós estaremos/Com o Grêmio onde o Grêmio estiver".

***

O Corinthians se classificou para as oitavas-de-final da Copa do Brasil com uma goleada histórica sobre o Cianorte, quando entrou em campo precisando vencer por quatro gols de diferença e conseguiu, com o apoio de sua insaciável torcida. Nesse tipo de momento difícil, em que uma conquista parece impossível, os torcedores superam qualquer obstáculo e vão, sim, apoiar o time, mesmo que este tenha lhes pregado a peça num momento anterior (no caso, a derrota de 3 a 0 pros paranaenses em Maringá).

Ontem, em Florianópolis, a situação estava invertida. Após duas derrotas no Brasileiro e uma na Copa do Brasil diante do próprio Corinthians, o Figueirense precisava de uma - admito que achei - improvável vitória por 3 gols de diferença. E, mesmo com um retrospecto infeliz, os catarinenses foram ao Orlando Scarpelli incentivar o time, que jogou como nunca (foi o que pareceu pelos melhores momentos) e conseguiu, pelo menos, os 2 a 0 de que precisava para ir aos pênaltis.

E, sinceramente, a decisão dos pênaltis em geral favorece o time que está com o moral alto. E quem estava com o moral alto naquele momento: o Figueirense, que se superou e meteu dois gols num time tecnicamente melhor, ou o Corinthians, muito questionado na última semana, repleto de mudanças e descrente da virada da equipe do sul?

Não deu outra: os corintianos foram incompetentes nas cobranças e coube ao veterano Cléber eliminar o time que, até ontem, era o favoritíssimo ao título da Copa do Brasil de 2005, segundo a maioria dos analistas esportivos.

***

E o Fluminense agradece às suas crias Carlos Alberto e Roger a imensa ajuda que ambos deram para eliminar o favoritíssimo.

Aliás, nenhuma palavra resume melhor a cobrança de Roger: displicente. Não é possível que ele não tenha chutado aquela bola de propósito. Foi o pênalti mais mal batido que já vi em toda a minha vida.

***

É verdade que ninguém esperava tantos tropeços do Corinthians nesse início de Brasileiro. É verdade que elencos com estrelas não trazem tão boas lembranças aos seus torcedores e era prudente ficar com o pé atrás com o time. Mas quando o presidente da empresa "parceira" do clube dá entrevistas depois dos jogos analisando as partidas é porque alguma coisa está muito errada no Parque São Jorge.

6 Comentários:

Em 20:38, Blogger Daniel F. Silva falou...

Acho que sei por que o Roger fez aquela cobrança horrenda contra o Figueirense: é excesso de metrossexualismo! O cara é tão fã do Beckham que gosta de imitá-lo até quando bate pênalti...

 
Em 20:51, Blogger AL-Chaer falou...

Ontem, não assisti Futebol. Fui ao cinema. Hoje, na hora do almoço, meu Pai me ligou para me perguntar se eu tinha visto o pênalti batido (perdido) pelo Roger. Eu ainda não tinha visto e ele me adiantou que o que eu iria ver só poderia ter sido de propósito...quando vi, pensei: isto só poderia ter acontecido se o Roger tivesse escorregado antes de tocar na bola...impressionante: a bola já saíu do chão com uma inclinação absurda...na minha opinião, pênalti tem que ser batido entre as traves, isto é o mínimo que se pede a um jogador...não aceito bola na trave, muito menos bola pra fora...é preferível que o goleiro defenda...sabe o que mais? a maioria dos pênaltis batidos "no meio do gol" entram...concordo com o Raphael...e meu Pai, bem que me avisou...lamentável a maneira que o Roger bateu aquele pênalti...lembrei queeu tenho aqui um vídeo (não é muito grande não), que tem uma cobrança de pênalti que é a "pior de todos os tempos"...quem quiser ver, é só entrar em contato comigo, que envio por e-mail...vale a pena!

AL-Bra©os

 
Em 20:58, Blogger Videos by Professor Howdy falou...

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Em 23:43, Blogger Raphael Perret falou...

Al, por acaso é uma que o cara chutou fraquinho e o goleiro nem se mexeu pra pegar a bola (ou nem chegou ao gol)? Eu soube mas nunca vi.

E concordo com você: não consigo entender como alguém consegue perder um pênalti chutando PRA FORA!

 
Em 00:09, Blogger AL-Chaer falou...

Raphael,

O "pênalti" é esse mesmo que nem chegou ao gol; já enviei para você.

AL-Bra©os

 
Em 20:25, Blogger Daniel F. Silva falou...

Lembro de uma cobrança de pênalti, já faz um tempo (pelo Campeonato Espanhol, se não me engano) que foi tão pra fora, mas tão pra fora que se tivesse uma outra baliza acima das traves normais (ou se as traves tivessem o dobro do tamanho que têm) a bola iria pra fora do mesmo jeito...

 

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