Os dias seguintes
escrito por Raphael Perret @ 21:08
Quem viu o jogo, prestou atenção. Quem não viu, já está sabendo. O Flamengo mandou. Do início ao fim. Levou um susto ou outro. Só pra dar alguma esperança. Esperança destruída na expulsão de Valdir Papel e nas substituições mal efetuadas pelo técnico do Vasco. Título merecidíssimo, prêmio de uma campanha praticamente irretocável, com várias goleadas, vitórias na base da raça e apenas uma derrota, ocorrida num confronto já decidido. Depois de tanto insistir com três finais perdidas, o Flamengo conquista o bicampeonato da Copa do Brasil. Os rivais procuram desmerecer a taça. Mas aposto que lamentam quando a perdem.
Parabéns, Flamengo.
E obrigado. ;)
(Vasco 0 x 2 Flamengo, Maracanã, Rio de Janeiro, 26/07/2006, segundo jogo da final da Copa do Brasil)
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Para muitos, o título em si, conquistado pela segunda vez na história, foi o mais saboroso. O Flamengo é o único time carioca a tê-lo.
Para outros, o que valeu foi ganhar um campeonato sobre o maior rival, e pela sexta vez consecutiva. A torcida ganhou um hexa (o hexa-vice do Vasco) que o Brasil não trouxe da Alemanha.
Para mim, o melhor de tudo foi a vaga na Libertadores. O lugar do Flamengo, por sua grandeza, por sua torcida, por seu patrimônio, por sua marca, é no mundo. Tanto quanto livrar-se das dívidas, é fundamental que o clube recupere seu prestígio internacional, saboreado rapidamente nos anos 80. A presença global do Flamengo lhe dará patrocínio, dinheiro, reforços, valor.
As seguidas gestões amadoras talvez não enxerguem isso - e, por isso mesmo, contentam-se em vencer torneiozinhos regionais. Mas acredito que, um dia, uma administração profissional saberá valorizar a inestimável marca que é o Flamengo.
E a proposição vale para qualquer clube grande do Brasil.
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As entrevistas de Ney Franco, depois do título, são as mais conscientes possíveis. Espantosa a sua racionalidade. Ao mesmo tempo que anima na torcida, mantém-na com os pés no chão.
Primeiro: diz que em oito, nove rodadas o time estará brigando pelas primeiras posições do Brasileiro. Tudo bem, tem cara de bravata, mas a promessa leva a torcida ao estádio e convida-a a apoiar o time e estimula os jogadores, fazendo-lhes acreditar na "virada". Com aplicação, sim, é possível. São poucos os times realmente melhores que o Flamengo. Os outros são do mesmo nível.
Segundo: afirma que o planejamento para a Libertadores 2007 deve começar já. Perfeito. Não adianta se classificar para o torneio mais importante da América do Sul para fazer figuração e despedir-se na lanterna do grupo, como em 2002. A diretoria e a comissão técnica precisam levantar as falhas e as necessidades do time, ao mesmo tempo que se recupera no Brasileiro. Será que ele me leu?
Aos poucos, Ney Franco demonstra competência e profissionalismo. Torçamos para que esteja surgindo mais um bom técnico no Brasil.
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Do outro lado, Renato Gaúcho chegou a comover pela tristeza com que encarou a perda do título. Mesmo sem citar nomes, criticou duramente seus jogadores e demonstrou muita raiva pelo que chamou de inacreditável (a expulsão de Valdir Papel aos 16 minutos do primeiro tempo do jogo decisivo) e indisciplina (alguma atitude de Valdiram, segundo especula a imprensa). De cabeça fria, precisa tomar algumas atitudes e relevar outras. Suas declarações revelam alguma intransigência, mas também expõem sua decepção com derrotas, atributo que anda ausente em muito jogador.
1 Comentários:
Dizem que, aproveitando o lançamento de "Miami Vice" nos cinemas, será lançado mais um (vice-)campeão de bilheteria: "Miami & Vice". Estrelando Romário no papel de Miami. E Eurico Miranda como... Bem, você sabe.
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